Prefiro chamar Reinaldo Azededo de piolho-de-cu. |
O artigo de Boff, reproduzido pelo 247, teve a intenção de defender o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que para Reinaldo, era "metade gênio e metade idiota".
Para Paulo Nogueira, a expressão "simplesmente pegou, porque é leve, divertida e, não obstante, incisiva" num debate político.
Para Boff, Reinaldo se assemelha a um escaravelho, popularmente chamado de besouro rola-bosta, "que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta".
Boff diz que "algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás" para atacar o artista brasileiro.
Leia aqui o artigo de Boff e abaixo o post do blog Diário do Centro do Mundo:
Por que rola bosta é a palavra do ano no dicionário político brasileiro
Não gosto de palavreado ofensivo em debate. Empobrece-o, na minha opinião. Já escrevi no Diário minha baixa opinião sobre as expressões "petralha" e "PIG".
Remetem a discussões de arquibancadas, nas quais há excesso de calor e falta de lógica racional. Dito isso, faço aqui o elogio de uma palavra que, no debate político que se trava no Brasil, simplesmente pegou, porque é leve, divertida e, não obstante, incisiva. É uma bofetada, e não um tiro. Daí o poder, daí o encanto.
É, para mim, a palavra do ano no Dicionário Político Brasileiro: rola-bosta.
Quem a trouxe foi Leonardo Boff para rebater um artigo de Reinaldo Azevedo que chamava Niemeyer de metade idiota por ser de esquerda.
Escreveu Boff:
A figura que me ocorre deste articulista (...) é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta.
O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta.
Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (...) e lançou-os contra Oscar Niemeyer.
Ele o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente.
Na internet, rola-bosta virou mania, para designar colunistas de direita. Agora mesmo, se você vai ao twitter, vai vê-la aplicada a Ferreita Gullar e a Augusto Nunes.
A Gullar porque defendeu a candidatura de Joaquim Barbosa à presidência. A Nunes porque arrolou – numa lista de caráter ético duvidoso, pois num regime como o que o Brasil teve por tantos anos a partir de 1964 poderia levar à perseguição – Luís Fernando Veríssimo como "apoiador de Lula" na categoria do jornalismo "esgotosférico".
Não sou quem vai defender Veríssimo. Sua obra e sua biografia defendem-no melhor que ninguém.
Mas é curioso comparar "rola-bosta" e "esgotosférico".
Esgotosférico não vai pegar: é grosseiro, de mau gosto, vulgar. É falsamente engraçado, é falsamente espirituoso, é falsamente criativo.
Rola-bosta pegou porque é o oposto disso.
No futuro, é possível que jovens descendentes de jornalistas como Merval Pereira e Ricardo Noblat perguntem a seus pais:
"Por que estão dizendo na escola que sou bisneto de rola-bosta?"
Com informações de 247
Postado por O TERROR DO NORDESTE
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