Por Altamiro Borges
Saiu ontem na coluna de Ilimar Franco, no jornal O Globo: O governador Marconi Perillo (PSDB-GO) conseguiu liminar na Justiça proibindo uma jornalista de seu estado de escrever seu nome, sob pena de pagar multa diária.
A decisão é da juíza Luciana Silva.
Marconi se sentiu ofendido por textos de Lênia Soares, críticos à sua gestão e às relações obscuras com o contraventor Carlos Cachoeira.
Esta não é a primeira vez que o tucano persegue jornalistas e golpeia a liberdade de expressão.
Conforme lembra Altair Tavares, do blog Diário de Goiás, a prática já é comum no estado, que virou o território da censura.
Mas neste caso, porém, a ação beira o ridículo.
“Ele conseguiu uma liminar que proíbe a jornalista de citar o nome do governador nas redes sociais e em outros locais, em qualquer situação: positiva, negativa ou neutra. A decisão é inédita em Goiás, por causa de conteúdo divulgado nas redes sociais”.
Marconi Perillo já era conhecido por silenciar a mídia local com milionários anúncios publicitários e a nomeação de jornalistas para cargos no governo.
Ele também já perseguia repórteres.
Mas, com a eclosão do escândalo que revelou suas “relações obscuras” com o mafioso Carlinhos Cachoeira, ele recrudesceu na sua postura autoritária.
O grão-tucano, que posava de paladino da ética e até nutria o sonho da candidatura presidencial, passou a ser apontado como “laranja” da quadrilha.
Daí o seu ódio aos jornalistas críticos.
Conforme lista Altair Tavares, desde a revelação do caso, o tucano já processou vários jornalistas e ativistas das redes sociais.
Em meados do ano passado, em plena CPI do Cachoeira, ele tentou calar três repórteres no estado.
“A jornalista de O Popular, Fabiana Pulcinelli, foi acionada por uma interpelação judicial no dia 22 de maio. Henrique Morgantini, do jornal O Anápolis, foi processado com pedido de indenização, no dia 29 de maio”.
Ele também abriu processos contra blogueiros e twitteiros e censurou programas de rádio.
Diante desta escalada autoritária, qual a atitude das entidades dos barões da mídia, como Abert e ANJ, que adoram bravatear sobre a liberdade de expressão?
E a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP)?
De 8 a 11 de março, ela estará novamente reunida no México. Já estão confirmadas as presenças do ex-presidente FHC e da dissidente cubana Yoani Sánchez.
Seria uma excelente oportunidade para a SIP emitir uma dura nota contra a censura do governador tucano de Goiás e em defesa da liberdade de expressão. A conferir!
Postado por Miro
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