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quinta-feira, 21 de março de 2013

CRISE DO PICOLÉ ASSUSTA SCABIN, VERÔNICA E LEMANN

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Tem sorvete derretendo na mão de gente famosa; divulgação de pagamento de "um valor superior a R$ 100 mihões" por entre "14% e 21%" da sorveteria Diletto, de Leandro Scabin, por fundo Innova de Verônica Serra, filha do ex-governador José Serra, e Jorge Paulo Lemann, maior bilionário do Brasil, alarma envolvidos e desperta suspeitas no mercado; valor foi admitido por Scabin à revista Forbes, agora é negado por assessores dele, mas nenhum número substituto foi divulgado; case às avessas faz empresa até mudar de assessoria de imprensa

Marco Damiani _Tem picolé derretendo em praça pública: os nervos dos donos estão quentes. Pertencente, até o final de janeiro, ao fundador Leandro Scabin, a Fábio Pinheiro, ex-sócio do banco Pactual, e ao publicitário Fábio Meneghini, da W/McCann, a sorveteria Diletto está na ponta da língua do mercado. 

Por "um valor superior a R$ 100 milhões", segundo afirma a prestigiada revista Forbes Brasil em reportagem destacada em sua capa deste mês, entre 14% e 21% da empresa foram vendidos ao fundo Innova Capital, criado pelos titulares do 3G Capital Jorge Paulo Lemann, o maior bilionário do Brasil, e Marcel Telles. 

O Innova, com capital estimado em US$ 190 milhões, tem a filha do ex-governador e sempre presidenciável tucano José Serra, Verônica Serra, como sócia e comandante-em-chefe.

"Todo o dinheiro pago será reinvestido na empresa", admitiu à Forbes, em entrevista na qual aparece com um sorriso, como se diz, de orelha a orelha, o empreendedor Scabin. 

"Nós não vamos embolsar nada", insistiu ele à publicação especializada em negócios, interessada em questionar quais eram as "extravagâncias financeiras planejadas após levantar uma bolada milionária". 

Scabin, em nenhum momento, negou o valor da venda, por, repita-se, mais de R$ 100 milhões por cerca de 20% da Diletto. 

Pelo tamanho do sorriso na foto ilustrativa da reportagem, bem pode ter sido mesmo até mais. 

Agora, no entanto, dada a estranheza que percorre o mercado em razão do investimento feito por Lemann, Verônica e seu Innova Capital numa companhia que, no ano passado, faturou R$ 30 milhões, Scabin parece ter recolhido a comemoração. 

Estranho. Com o negócio na boca do mercado, a primeira providência da Diletto foi trocar sua área terceirizada de comunicação. 

A assessoria de imprensa Índex, que até a repercussão do negócio cuidava diligentemente da divulgação dos valores dos seus sorvetes, foi substituída pela Máquina da Notícia, de forte influência do publicitário Nizan Guanaes, e que administra, entre outras contas, a imagem da Ambev diante da mídia. 

Como se sabe, a Ambev é a primeira pérola na coroa de brihantes participações acionárias de Lemann. Não há coincidência. 

A compra de uma participação numa sorveteria, mesmo sendo feita pelo bilionário Lemann e a filha de Serra, Verônica, poderia ter sido encarada como um negócio normal, não fosse pelo valor divulgado inicialmente. 

Diante do faturamento da companhia, qualquer conta de precificação não o sustenta. 

Há um consenso econométrico, mercadológico e político de que "um valor superior a R$ 100 milhões" pela Diletto extrapola até a última barreira de um investimento de bom senso. 

Não há notícia, ainda, de que Jorge Paulo Lemann goste de perder dinheiro – ou admita prazos de décadas para obter seu retorno. O mesmo vale para Verônica, sua protegida desde que foi beneficiada por uma bolsa de estudos bancada por ele para a universidade de Harvard, nos Estados Unidos. 

Os novos titulares da comunicação midiática da Diletto informam que o valor pago por cerca de 20% da empresa não é de R$ 100 milhões. 

Scabin, porém, não negou o montante antes de o negócio se tornar de conhecimento público. 

Dando-se crédito, ok, à versão do novo momento, quanto foi pago pelo Innova de Lemann e Verônica à Diletto de Scabin, Pinheiro e Meneghini? Mais ainda? Um pouco menos, muito menos? Não, a informação é a de que não há informação sobre isso. 

Enquanto nenhum dos envolvidos na aquisição minoritária mais comentada da semana aceita, ainda, falar em "on" a respeito, o certo é que os multicoloridos Diletto, cujo slogan é Lá Felicitá é um gelatto, vão se degelando sob a alta temperatura de um negócio mal explicado. 

Posted 5 minutes ago by René Amaral

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