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quinta-feira, 27 de junho de 2013

E se Verônica Serra fosse filha de Lula?


Certas perguntas têm a força de mil respostas, e este é um caso.


Verônica Serra
Um título do site Viomundo, trazido ao Diário pelo atilado leitor e comentarista Morus, merece reflexão. 

E se o filho de Lula fosse sócio do homem mais rico do Brasil? 

Antes do mais: certas perguntas têm mais força que mil repostas, e este é um caso. 

Bem, o título se refere a Verônica Serra, filha de Serra. 

Ela foi notícia discreta nas seções de negócios recentemente quando foi publicado que uma empresa de investimentos da qual ela é sócia comprou por 100 milhões reais 20% de uma sorveteria chamada Diletto. 

Os sócios de Verônica são Jorge Paulo Lehman e Marcel Telles. Lehman é o homem mais rico do Brasil. 

Daí a pergunta do Viomundo, e Marcel é um velho amigo e parceiro dele. 

Lehman e Marcel, essencialmente, fizeram fortuna com cerveja. 

Compraram a envelhecida Brahma, no começo da década de 1980, e depois não pararam mais de adquirir cervejarias no Brasil e no mundo. 

Se um dia o consumo de cerveja for cerceado como o de cigarro, Lehman e Marcel não terão muitas razões para erguer brindes. 

Verônica se colocou no caminho de Lehman quando conseguiu dele uma bolsa de estudos para Harvard. 

Eu a conheci mais ou menos naquela época. Eu era redator chefe da Exame, e Verônica durante algum tempo trabalhou na revista numa posição secundária. 

Não tenho elementos para julgar se ela tinha talento para fazer uma carreira tão milionária. 

Ela não me chamou a atenção em nenhum momento, e portanto jamais conversei mais detidamente com ela. Mas ali, na Exame, ela já era um pequeno exemplo das relações perigosas entre políticos e empresários de mídia. 

Foi a amizade de Serra com a Abril que a colocou na Exame. 

Depois, Verônica ganhou de Lehman uma bolsa para Harvard. 

Lehman, lembro bem de conversas com ele, escolhia em geral gente humilde e brilhante para, como um mecenas, patrocinar mestrados em negócios na Harvard, onde estudara. 

Não sei se Verônica se encaixava na categoria dos humildes ou dos brilhantes, ou de nenhuma das duas, ou em ambas. 

Conhecendo o mundo como ele é, suponho que ela tenha entrado na cota de exceções por Serra ser quem é, ou melhor, era. 

Serra pareceu, no passado, ter grandes possibilidades de se tornar presidente. 

Numa coluna antológica na Veja, Diogo Mainardi começou um texto em janeiro de 2001 mais ou menos assim: 

“Exatamente daqui a um ano Serra estará subindo a rampa do Planalto”. (Os jornalistas circularam durante muito tempo esta coluna, como fonte de piada e escárnio.) 

Cotas para excluídos são contestadas pela mídia, mas cotas para amigos são consideradas absolutamente normais, e portanto não são notícia.

do Blog Com Texto Livre

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