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terça-feira, 11 de junho de 2013

"Fátima Oliveira: Por que o Bolsa Família desperta tanto ódio de classe?"

Do Viomundo - publicado em 11 de junho de 2013 às 10:40 

                    É o maior e mais importante projeto antipobreza do mundo 

Fátima Oliveira, em O TEMPO 

Médica – fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_ 

Eu não tinha a dimensão do ódio de classe contra o Bolsa Família. 

Supunha que era apenas uma birra de conservadores contra o PT e quem criticava o Bolsa Família o fazia por rancor de classe a Lula, ou algo do gênero, jamais por ser contra pobre matar a sua fome com dinheiro público. 

Idiota ingenuidade a minha! 

A questão não é de autoria, mas de destinatário! 

Os críticos esquecem que a fome não é um problema pessoal de quem passa fome, mas um problema político. 

E Lula assumiu que o Brasil tem o dever de cuidar de sua gente quando ela não dá conta e enquanto não dá conta por si mesma. E Dilma honra o compromisso. 

Estou exausta de tanto ouvir que não há mais empregada doméstica, babá, “meninas pra criar”, braços para a lavoura e as lidas das fazendas que não são agronegócios… 
E que a culpa é do Bolsa Família! 

Conheço muita gente que está vendendo casas de campo, médias e pequenas propriedades rurais porque simplesmente não encontra “trabalhadores braçais” nem para capinar um pátio, quanto mais para manter a postos “um moleque de mandados”, como era o costume até há pouco tempo! 

E o fenômeno é creditado exclusivamente ao Bolsa Família. 

Esquecem a penetração massiva do capitalismo no campo que emprega, ainda que pagando uma “merreca”, com garantias trabalhistas, em serviços menos duros do que ficar 24 horas por dia à disposição dos “mandados” da casa-grande, que raramente “assina carteira”. Eis a verdade! 

Esquecem que a população rural no Brasil hoje é escassa. 

Dados do IBGE de setembro de 2012: a população residente rural é 15% da população total do país: 195,24 milhões. 

Não há muitos braços disponíveis no campo, muito menos sobrando e clamando por um prato de comida, gente disposta a alugar sua força de trabalho por qualquer tostão, num regime de quase escravidão, além do que há outras ocupações com salários e condições trabalhistas mais atraentes do que capinar, “trabalhar de aluguel”, que em geral nem dá para comprar o “dicumê”

Dados de 2009 já informavam que 44,7% dos moradores na zona rural auferiam renda de atividades não agrícolas! 

Basta juntar três pessoas de classe média que as críticas negativas ao Bolsa Família brotam como cogumelos. 

Após a boataria de 18 de maio, que o Bolsa Família seria extinto, esse assunto se tornou obrigatório. 

Fazem questão de ignorar que ele é o maior e mais importante programa antipobreza do mundo e foi copiado por 40 países é uma “transferência condicional de renda” que objetiva combater a pobreza existente e quebrar o seu ciclo. 

Atualmente, ajuda 50 milhões de brasileiros: mais de 1/4 do povo! E investe apenas 0,8% do PIB! Sem tal dinheiro, mais de 1/4 da população brasileira ainda estaria passando fome! 

Mas há gente sem repertório humanitário, como as que escreveram dois tuítes que recebi: 

“Nunca vi tanta gente nutrida nas filas dos caixas eletrônicos para receber o Bolsa Família, até parecia fila para fazer cirurgia bariátrica”; e 

“Eu também nunca havia visto tanta gente rechonchuda reunida para sugar a bolsa-voto!”. 

Como disse a minha personagem dona Lô: 


Coisa de gente má que nunca soube o que é comer pastel de imaginação; quem pensa assim integra as hostes da campanha Cansei de Sustentar Vagabundo, que circulou nas eleições presidenciais de 2010”. 

São evidências de que há gente que não se importa e até gosta de viver num mundo em que, como escreveu Josué de Castro, em Geografia da Fome (1984): 

“Metade da humanidade não come e a outra não dorme com medo da que não come…”. 

Postado por celvio

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