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sábado, 23 de novembro de 2013

Barbosa no fio da navalha


“Como juiz, o presidente do Supremo Tribunal Federal perdeu quase toda a credibilidade. Como político, também começou mal, ao agir mais como carrasco do que como magistrado 

Leonardo Attuch, Brasil 247 

Para quem já disse que, um dia, no futuro, poderá vir a ter interesse em uma eventual candidatura, quiçá na presidência da República, Joaquim Barbosa começou mal. 

Deu uma lição de como arruinar, em poucos dias, o próprio capital político. 

A imagem de juiz implacável rapidamente se converteu na de um ser humano vingativo e insensível e mais próxima à de um carrasco medieval do que propriamente de um magistrado. 

E que poderia ser ainda pior se José Genoino, condenado ao regime semiaberto, mas submetido a uma prisão fechada por uma decisão arbitrária, tivesse sofrido algo mais grave na Papuda. 

Se morresse na prisão, Genoino garantiria uma imagem heroica nos livros de história: seria convertido num dos grandes mártires da esquerda brasileira. 

Aliás, o que ainda pode vir a ocorrer. 

Adepto de um padrão de vida espartano, é um dos poucos políticos brasileiros sobre quem se pode dizer, sem medo de errar, que não enriqueceu na política. Mas que foi condenado a mais de dez anos de prisão como corruptor! 

Na hipótese de uma tragédia, Barbosa estaria hoje sendo chamado de assassino nas ruas. 

Não poderia se candidatar nem a síndico de prédio. Mas o fato de Genoino ter sobrevivido ao cárcere não alivia a situação do presidente do Supremo Tribunal Federal. 

Ele ainda tem muito a explicar. Entre outras coisas, por que transferiu os presos a Brasília, se eles têm o direito de permanecer perto de seus familiares? 

Além disso, por que impôs durante alguns dias o regime fechado aos condenados, se o pleno do STF determinou o semiaberto? 

Mais: por que prendeu uns e não outros, deixando de fora nomes como o de Roberto Jefferson, que confessou ter recebido R$ 4 milhões? Preferência política? 

Como juiz, Joaquim Barbosa perdeu quase toda a credibilidade. 

Um manifesto de intelectuais, assinado por juristas como Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello, questionou seu preparo e sua boa-fé. 

Como político, ele poderia surfar num bom momento gerado pelo fim da Ação Penal 470. Mas o bom político é aquele que sabe ser magnânimo na vitória – e não vingativo. 

Convidado pelo deputado Romário (PSB-RJ) a entrar no time socialista, Barbosa colocará em xeque a credibilidade do “julgamento do século” se vier a aceitá-lo. 

Deixará no ar a suspeita de que nunca foi juiz, mas sempre o político que fez do populismo judicial seu trampolim. 

No entanto, essa possibilidade de carreira política ficou seriamente abalada depois da violência da última semana.”


do BLOG DO SARAIVA

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