“Como juiz, o presidente do Supremo Tribunal Federal perdeu quase toda a credibilidade. Como político, também começou mal, ao agir mais como carrasco do que como magistrado
Leonardo Attuch, Brasil 247
Para quem já disse que, um dia, no futuro, poderá vir a ter interesse em uma eventual candidatura, quiçá na presidência da República, Joaquim Barbosa começou mal.
Deu uma lição de como arruinar, em poucos dias, o próprio capital político.
A imagem de juiz implacável rapidamente se converteu na de um ser humano vingativo e insensível e mais próxima à de um carrasco medieval do que propriamente de um magistrado.
E que poderia ser ainda pior se José Genoino, condenado ao regime semiaberto, mas submetido a uma prisão fechada por uma decisão arbitrária, tivesse sofrido algo mais grave na Papuda.
Se morresse na prisão, Genoino garantiria uma imagem heroica nos livros de história: seria convertido num dos grandes mártires da esquerda brasileira.
Aliás, o que ainda pode vir a ocorrer.
Adepto de um padrão de vida espartano, é um dos poucos políticos brasileiros sobre quem se pode dizer, sem medo de errar, que não enriqueceu na política. Mas que foi condenado a mais de dez anos de prisão como corruptor!
Na hipótese de uma tragédia, Barbosa estaria hoje sendo chamado de assassino nas ruas.
Não poderia se candidatar nem a síndico de prédio. Mas o fato de Genoino ter sobrevivido ao cárcere não alivia a situação do presidente do Supremo Tribunal Federal.
Ele ainda tem muito a explicar. Entre outras coisas, por que transferiu os presos a Brasília, se eles têm o direito de permanecer perto de seus familiares?
Além disso, por que impôs durante alguns dias o regime fechado aos condenados, se o pleno do STF determinou o semiaberto?
Mais: por que prendeu uns e não outros, deixando de fora nomes como o de Roberto Jefferson, que confessou ter recebido R$ 4 milhões? Preferência política?
Como juiz, Joaquim Barbosa perdeu quase toda a credibilidade.
Um manifesto de intelectuais, assinado por juristas como Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello, questionou seu preparo e sua boa-fé.
Como político, ele poderia surfar num bom momento gerado pelo fim da Ação Penal 470. Mas o bom político é aquele que sabe ser magnânimo na vitória – e não vingativo.
Convidado pelo deputado Romário (PSB-RJ) a entrar no time socialista, Barbosa colocará em xeque a credibilidade do “julgamento do século” se vier a aceitá-lo.
Deixará no ar a suspeita de que nunca foi juiz, mas sempre o político que fez do populismo judicial seu trampolim.
No entanto, essa possibilidade de carreira política ficou seriamente abalada depois da violência da última semana.”
do BLOG DO SARAIVA
Leonardo Attuch, Brasil 247
Para quem já disse que, um dia, no futuro, poderá vir a ter interesse em uma eventual candidatura, quiçá na presidência da República, Joaquim Barbosa começou mal.
Deu uma lição de como arruinar, em poucos dias, o próprio capital político.
A imagem de juiz implacável rapidamente se converteu na de um ser humano vingativo e insensível e mais próxima à de um carrasco medieval do que propriamente de um magistrado.
E que poderia ser ainda pior se José Genoino, condenado ao regime semiaberto, mas submetido a uma prisão fechada por uma decisão arbitrária, tivesse sofrido algo mais grave na Papuda.
Se morresse na prisão, Genoino garantiria uma imagem heroica nos livros de história: seria convertido num dos grandes mártires da esquerda brasileira.
Aliás, o que ainda pode vir a ocorrer.
Adepto de um padrão de vida espartano, é um dos poucos políticos brasileiros sobre quem se pode dizer, sem medo de errar, que não enriqueceu na política. Mas que foi condenado a mais de dez anos de prisão como corruptor!
Na hipótese de uma tragédia, Barbosa estaria hoje sendo chamado de assassino nas ruas.
Não poderia se candidatar nem a síndico de prédio. Mas o fato de Genoino ter sobrevivido ao cárcere não alivia a situação do presidente do Supremo Tribunal Federal.
Ele ainda tem muito a explicar. Entre outras coisas, por que transferiu os presos a Brasília, se eles têm o direito de permanecer perto de seus familiares?
Além disso, por que impôs durante alguns dias o regime fechado aos condenados, se o pleno do STF determinou o semiaberto?
Mais: por que prendeu uns e não outros, deixando de fora nomes como o de Roberto Jefferson, que confessou ter recebido R$ 4 milhões? Preferência política?
Como juiz, Joaquim Barbosa perdeu quase toda a credibilidade.
Um manifesto de intelectuais, assinado por juristas como Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello, questionou seu preparo e sua boa-fé.
Como político, ele poderia surfar num bom momento gerado pelo fim da Ação Penal 470. Mas o bom político é aquele que sabe ser magnânimo na vitória – e não vingativo.
Convidado pelo deputado Romário (PSB-RJ) a entrar no time socialista, Barbosa colocará em xeque a credibilidade do “julgamento do século” se vier a aceitá-lo.
Deixará no ar a suspeita de que nunca foi juiz, mas sempre o político que fez do populismo judicial seu trampolim.
No entanto, essa possibilidade de carreira política ficou seriamente abalada depois da violência da última semana.”
do BLOG DO SARAIVA
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