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terça-feira, 20 de maio de 2014

A transparência secou em São Paulo



Fernando Brito, Tijolaço

Desde o início do bombeamento do volume morto do reservatório Jaguari-Jacareí, o maior do Sistema Cantareira, a Sabesp decretou a lei do silêncio sobre as suas operações de manejo da água. 

Embora, no primeiro dia, se pudesse atribuir o fato da página que registrava o volume total e da que detalhava o manejo da água terem saído do ar por dificuldades técnicas, hoje uma nova foi colocada no ar, que registra apenas o quanto havia de volume até quinta-feira e a simples soma deste valor ao volume que se espera retirar com o bombeamento, sem detalhes e sem possibilidade de comparar com os dias anteriores. 

A Agência Nacional de Águas, federal, fez o contrário. 

Em lugar de um boletim, agora faz seu relatório em duas versões. 

Uma, com o sistema tal como ele é normalmente e outra considerando o volume anterior mais aquele que a Sabesp diz ser capaz de bombear. 

Quais são os números deste “samba da seca doida? 

Segundo a Sabesp, existe agora uma disponibilidade de 26,2% do volume, mas essa conta é feita com o volume antigo. 

Segundo a Ana, nas contas antigas o volume disponível é de 7,6% e, com o novo volume, acrescido pelo que será bombeado, a disponibilidade seria de 22,2%, já incluída a estação de transferência de Paiva Castro, que se beneficia, ao contrário das demais, da chuva que cai na Grande São Paulo. 

Note-se que, apesar da quantidade de água ser a mesma (e dramaticamente pequena) os números variam imensamente. E a clareza da informação vai pelo ralo. 

Se São Paulo tivesse um imprensa interessada em apurar os fatos, porém, há nos relatórios da Ana uma informação preciosa. 

É que, no nível atual, a retirada de 2,6 bilhões de litros do Jaguari-Jacareí desde o dia 15 (véspera do bombeamento, pois o dia 16 simplesmente foi apagado dos registros) representou baixar o nível em 12 centímetros (da cota 821,43 m para a 821,31 m sobre o nível do mar). 

Ou seja, que cada bilhão de litros retirado representa 4,62 cm a menos de nível da água, no mínimo. 

No mínimo porque, como o volume de um reservatório é maior quanto maior a altura das águas, porque sua área é maior, estes 4,62 cm vão se alterar mais rapidamente para cima em razão da área menor, e área é uma função quadrática. 

Ainda assim, algum jornalista poderia fazer a fineza de medir a profundidade do local onde estão instaladas as bombas? 

Para haver possibilidade de que a Sabesp retire dali os 100 bilhões de litros estimados para o bombeamento, seriam necessários entre 7 e 8 metros de profundidade no local, uma vez que a menos de um metro, um metro e meio, as bombas revolveriam muita sujeira do fundo ao sugar a água.  
Simples assim se pode ter uma ideia de até onde vão as bombas do Alckmin, a gambiarra da qual dependem oito milhões de paulistanos.'

do Blog Brasil!Brasil!

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