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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Presidente em exercício da Câmara anula votação do impeachment

Deputado Waldir Maranhão entendeu que ocorreu uma série de vícios durante a sessão de 17 de abril. Ele determinou uma nova votação na Casa, a contar de cinco sessões, a partir de hoje
por Redação RBA publicado 09/05/2016 12:28, última modificação 09/05/2016 12:58
ANTONIO AUGUSTO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
maranhão
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP/MA), entendeu que houve vícios no processo
São Paulo – O presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu hoje (9) anular a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, realizada em 17 de abril. Maranhão, que assumiu a presidência na última semana após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB), acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. A decisão será publicada amanhã (10) no Diário da Câmara.
Maranhão já solicitou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a devolução dos autos do processo. 
O presidente interino da Câmara determinou ainda nova sessão para votação do processo de impeachment na Casa, a contar de cinco sessões, a partir de hoje.
O presidente interino entendeu que ocorreram uma série de vícios durante a votação do impeachment e que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por resolução, como dispõe o regimento interno da Câmara dos Deputados e como ocorreu no processo de impeachment do presidente Fernando Collor, de acordo com o pronunciamento público de Maranhão, feito a de pedido foi da Advocacia-Geral da União, e divulgado pelo coletivo Jornalistas Livres.
“Não poderiam os partidos políticos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso, deveriam votar de acordo com as suas convenções pessoais e livremente. Não poderiam os senhores parlamentares antes da conclusão da votação terem anunciado seus votos, na medida que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa contra o amplo direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo, não poderia a defesa da senhora Presidente da República ter deixado de falar por último no momento da votação, como acabou acontecendo.”
O vice-líder do governo, Sílvio Costa (PTdoB-PE), foi o primeiro a comentar a medida e comemorou o que chamou de “decisão constitucional”, mas lembrou que agora é preciso aguardar o posicionamento de Renan.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) divulgou há pouco no Facebook vídeo ao lado do senador Jorge Viana (PT-ACA), 1º vice-presidente do Senado, que anuncia o ato: “Recebemos ainda há pouco o expediente do presidente da Câmara dos Deputados que sucedeu Eduardo Cunha, Waldir Maranhão, e ele solicita que o Senado remeta de volta para a Câmara dos Deputados o processo de impeachment que está para ser apreciado agora pelo plenário do Senado. Ele alega que ocorreram vícios na votação e no processamento do envio da matéria da Câmara dos Deputados para o Senado. Não foram cumpridos formalismos importantes para uma matéria desse tamanho e que houve desvio também na hora da votação. Essas são alegações do presidente da Câmara no pedido que ele faz para que o processo do impeachment retorne à Câmara dos Deputados para que falhas sejam corrigidas.
"Essa é uma grande vitória, a luta continua, não vai ter golpe", afirmou Lindbergh.
Leia íntegra da nota divulgada por Waldir Maranhão.
Nota à imprensa
1. O Presidente da Comissão Especial do Impeachment do Senado Federal, Senador Raimundo Lira, no dia 27 de abril do corrente ano, encaminhou à Câmara dos Deputados, ofício em que indagava sobre o andamento de recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União contra a decisão que autorizou a instauração de processo de impeachment contra a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff.

2. Ao tomar conhecimento desse ofício, tomei ciência da existência de petição dirigida pela Sra. Presidente da República, por meio da Advocacia-Geral da União, em que pleiteava a anulação da Sessão realizada pela Câmara dos Deputados, nos dias 15, 16 e 17 de abril. Nessa sessão, como todos sabem, o Plenário desta Casa aprovou parecer encaminhado pela Comissão Especial que propunha fosse encaminhada ao Senado Federal para a eventual abertura de processo contra a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade.

3. Como a petição não havia ainda sido decidida, eu a examinei e decidi acolher em parte as ponderações nela contidas. Desacolhi a arguição de nulidade feita em relação aos motivos apresentados pelos Srs. Deputados no momento de votação, por entender que não ocorreram quaisquer vícios naquelas declarações de votos. Todavia, acolhi as demais arguições, por entender que efetivamente ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão. Não poderiam os partidos políticos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente. Não poderiam os senhores parlamentares antes da conclusão da votação terem anunciado publicamente os seus votos, na medida em que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo, não poderia a defesa da Sra. Presidente da República ter deixado de falar por último no momento da votação, como acabou ocorrendo.

4. Também considero que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por Resolução, por ser o que dispõe o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e o que estava originalmente previsto no processamento do impeachment do Presidente Collor, tomado como paradigma pelo STF para o processamento do presente pedido de impeachment.

5. Por estas razões, anulei a sessão realizada nos dias 15, 16 e 17 e determinei que uma nova sessão seja realizada para deliberar sobre a matéria no prazo de 5 sessões contados da data em que o processo for devolvido pelo Senado à Câmara dos Deputados.

6. Para cumprimento da minha decisão, encaminhei ofício ao Presidente do Senado para que os autos do processo de impeachment sejam devolvidos à Câmara dos Deputados.


Atenciosamente,
Deputado Waldir Maranhão
Presidente em exercício da Câmara dos Deputados
da REDE BRASIL ATUAL

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