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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

1,3 milhão de aposentados terá redução do benefício com reajuste




A insatisfação com o reajuste será demonstrada em janeiro quando os aposentados de todo o Brasil farão ato contra o "presente de grego"

Foi um “presente de grego”. Assim o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do INSS (Cobap), Warley Martins Gonçalles, definiu o reajuste de 6,3% dado pela presidente Dilma Rousseff aos beneficiários da Previdência Social.

A categoria pleiteava reajuste de 11,7%, mas o que receberam do Governo Federal levará 1,3 milhões de aposentados que, hoje, 
ganham acima do salário mínimo, para a faixa de apenas um salário mínimo.

Quem ganha de R$ 546 até R$ 600 e teve reajuste de 6,3% passará a ganhar salário mínimo, porque a presidente não concedeu o mesmo percentual que foi conferido a quem recebe salário mínimo - 14,2%. Com isso, quem ganha um pouco acima de um salário, seu benefício não alcança o percentual de 14,6%. “Hoje, quase 90% dos que recebem o benefício ganham o mínimo, não pagaram aposentadoria e estão tendo aumento maior do que quem pagou o INSS”, diz Gonçalles.

QUEM CONTRIBUIU POR ANOS,VAI RECEBER MENOS DE QUEM NÃO CONTRIBUIU

Para ele, é um absurdo o que estão fazendo com o trabalhador que pagou, por anos, um valor acima do mínimo e que, agora, vai receber menos do que contribuiu. 

E a situação não tende a melhorar em 2012. Segundo o presidente da Cobap, a presidente Dilma Rousseff enviou um ofício ao Sindicato dos Aposentados informando que iria começar uma negociação com os aposentados que ganham até um salário mínimo. “Mas essa negociação ocorreu ao longo de todo este ano, inclusive com reunião com o ministro da Previdência e seus técnicos, mas ao final não houve reajuste. A Dilma deu apenas a inflação. Isso prenuncia que, em 2012, será a mesma coisa”, diz.

Para demonstrar a insatisfação da categoria, Warley Gonçalles afirma que em janeiro vão mobilizar os aposentados de todo o Brasil para fazer um ato contra o que ele chama de “presente de natal grego”.

Hoje, quase nove milhões de aposentados ganham acima de um salário mínimo. O Nordeste, segundo ele, será pouco afetado porque na região prevalecem as aposentadorias de até um salário mínimo.

Recebimento


Quem recebe até um salário mínimo (R$ 546) já recebe o reajuste a partir de 1º de janeiro, com pagamento previsto entre 25 de janeiro e 1º de fevereiro, no valor de R$ 622. Acima do mínimo, o pagamento só começa a partir de 1º a cinco de fevereiro e o índice concedido pelo Governo é de 6,3%.



O aumento estimado varia entre 6,17% e 6,3%, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ainda não foi fechado. Considerando o percentual maior, o valor do teto do INSS passará de R$ 3.691,74 para R$ 3.924,32.

Os benefícios pagos pela Previdência Social são o principal motor da economia em sete de cada dez municípios do País. Das 5.566 cidades brasileiras, 3.875 (70%) têm os benefícios previdenciários como maior fonte pública de renda, superando inclusive o chamado Fundo de Participação dos Municípios (FPM), espécie de “mesada” repassada pelo Governo Federal.

Quase 70% do dinheiro originário dos benefícios pagos pela Previdência, como aposentadoria e auxílio-desemprego, são aplicados diretamente na economia local. Uma injeção mensal de R$ 10,5 bilhões, confirma Gonçalles.

A Previdência Social pública brasileira é o maior sistema de redistribuição de renda do mundo.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do mínimo começam a receber os benefícios com reajuste de até 6,3% em fevereiro. O aumento entra em vigor em janeiro. O mesmo ocorre com o mínimo, que passará para R$ 622.

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