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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

De 50 cirurgiões cardiovasculares, 40 pediram para sair da Unimed



Dos 50 cirurgiões cardiovasculares cooperados da Unimed, 40 deles já entregaram suas cartas de descredenciamento. Os dados são da Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coopcardio) e mostram a insatisfação da categoria com a remuneração praticada pelo maior plano de saúde do Estado.



Segundo o presidente da cooperativa, Marcelo Freitas, os cinco médicos de Londrina, Arnaldo Akio Okino, Gualter Pinheiro Junior, Kengo Baba, Alexandre Noboru Murakami e Celso Otaviano Cordeiro já comunicaram sua decisão. 

O desligamento ainda não se tornou oficial, pois a empresa tem o prazo de 30 a 60 dias para analisar a situação. Além disso, a Coopcardio continua as negociações, o que ainda pode frear a saída em massa.

No início desta semana, foi entregue a contraproposta dos profissionais à Unimed. "O ponto fundamental é que essa discussão aconteça em todas as unidades da Unimed. A gente precisa criar um mecanismo de abranger todas elas por conta das necessidades, das reivindicações dos cirurgiões que são as mesmas em todo o Estado", disse.

Além de defender que todas as praças da empresa absorvam o possível resultado das negociações, a luta pela recomposição salarial continua. 

"O preço pago pela Unimed é bastante defasado em relação ao próprio SUS. Nós pedimos uma recomposição diferente para cada procedimento. Por exemplo, o de ponte de safena, que é o mais realizado, atualmente uma equipe de quatro ou cinco profissionais ganha R$ 1.200. O reajuste foi colocado em R$ 10.000 com escalonamento durante um ano e meio até chegar a R$ 15,000", explicou.

Freitas disse que os baixos preços praticados afetam inclusive a formação de novos profissionais. Segundo ele, nos últimos anos, o Ministério da Educação cortou 75% das bolsas de residência para a área, devido à baixa procura.

O Ministério Público continua acompanhando a negociação para garantir que o atendimento à população não seja paralisado, fato descartado pelo presidente da Coopcardio. "Independente de haver acerto ou não, o interrompimento não será feito. 

Nosso rompimento é contra o sistema de remuneração", defendeu. 

Sobre o sucesso de um possível acordo, Freitas é ponderado. "Depois de um ano e meio de silêncio, a coisa tomou rumo, mas dizer que existe uma convicção de acordo ainda não é possível", comentou.

Caso o descredenciamento em massa seja efetivado, é obrigação do plano de saúde garantir que o paciente seja atendido e tenha à disposição o procedimento cirúrgico. 

Caso o usuário se sinta prejudicado, ele pode ligar para a Agência Nacional de Saúde pelo 0800 701 9656 ou denunciar o caso ao Ministério Público. O Diario

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