REGULAÇÃO DA MIDIA,JÁ!

REGULAÇÃO DA MIDIA,JÁ!
PARA ACABAR COM O MONOPÓLIO

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O que estará nas páginas do PIG: o mensalão ou a privataria tucana?

Penso que a Rede Globo virá babando para cima do PT e do Lula com essa história do julgamento do Mensalão.


E só existe uma forma de empatar esse jogo: convocando a tucanada para depor na CPI da Privataria Tucana. 


Como a Rede Globo até agora não "sabe" o que é Privataria Tucana, bem que o PT poderia refrescar memória da "vênus platinada" e a memória da tucanada e de alguns jornalistas pé-de-chinelo da Rede Globo.


Numa contenda dessa, é preciso utilizar todas as armas possíveis porque a Rede Globo objetiva desconstruir a imagem do Lula e se possível torná-lo réu do mensalão e acabar com a imagem do PT.


Por fim, a pancadaria do Mensalão em cima do PT e do Lula será grande. E por que não reverter isso, o quanto antes? Munição para o PT e o governo Dilma não faltam, não é Privataria Tucana?


Mensalão: o grotesco midiático se anuncia


Gilson Caroni *


A manchete do jornal O Globo, em sua edição de 15 de fevereiro de 2012 ( " Marcos Valério é o primeiro condenado do Mensalão"), não deixa dúvidas quanto ao espetáculo que dominará páginas e telas depois do carnaval: à medida em que se aproxima o julgamento do processo que a imprensa chama de "escândalo da mensalão", velhos expedientes são reeditados sem qualquer cerimônia que busque manter a aparência de jornalismo sério.






A condenação do publicitário por crimes de sonegação fiscal e falsificação de documentos públicos seria, mesmo que não surjam provas de conduta delituosa por parte dos réus, a senha para o STF homologar a narrativa midiática e não ficar maculado pela imagem de "pizza" que uma absolvição inevitavelmente traria à mais alta corte do país. 


Essa é a intimidação diária contida em artiguetes e editoriais.


Como destaca Pedro Estevam Serrano, em sua coluna para a revista Carta Capital,"o que verificamos é a ocorrência constante de matérias jornalísticas em alguns veículos que procuram nitidamente criar um ambiente de opinião pública contrária aos réus, apelando a matérias mais dotadas da verossimilhança dos romances que à verdade que deveria ser o mote dos relatos jornalísticos". Os riscos aos pilares básicos do Estado Democrático de Direito são nítidos na empreitada. Serrano alerta para o objetivo último das corporações:




"E tal comportamento tem intenção política evidente, qual seja procurar criminalizar o PT e o governo Lula, pois ao distanciar o julgamento de sua concretude por relatos abstratos e simbólicos o que se procura pôr no banco dos réus não são apenas as condutas pessoais em pauta mas sim todo um segmento político e ideológico."


A unificação editorial em favor da manutenção dos direitos do CNJ em votação de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) não revela apenas preocupação com o indispensável controle externo do poder judiciário, mas o constrangimento necessário de juízes às vésperas de um julgamento que envolve, a construção política mais cara à mídia corporativa. No lugar do contraditório, a imposição de uma agenda. 


Ocupando o espaço da correta publicidade dos fatos, a recorrente tentativa de manipulação da opinião pública. A trama, no entanto, deve ser olhada pelo que traz de pedagógico, explicitando papéis e funções no campo jornalístico.




O pensamento único, para o ser, não basta ser hegemônico; tem que ser excludente. Não apenas de outros pensamentos, mas do próprio pensar. Parafraseando Aldous Huxley, "se o indivíduo pensa, a estrutura de poder fica tensa". 


Na verdade, na sociedade administrada não pode haver indivíduo. 


Apenas a massa disforme, cujo universo cognitivo e intelectivo é, de alto a baixo, subministrado pelos detentores do poder social. É nessa crença que se movem articulistas, editores e seus patrões.




Em um sistema de dominação é essa, e nenhuma outra,, a função da "mídia": induzir o espírito de manada, o não-pensar, o abrir mão da razão e aderir entusiasticamente à insensatez programada pelos que puxam os cordões. Os fracassos recentes não nos permitem desdenhar do capital simbólico que as corporações ainda detêm para defender os seus interesses e o das frações de classe a ela associadas.




Nesse processo, o principal indutor é o "Sistema Globo", que o falecido Paulo Francis, antes de capitular, apropriadamente crismou como "Metástase", pois de fato suas toxinas se espalham por todo o tecido social. Seus carros-chefe, que frequentemente se realimentam reciprocamente, são o jornal da classe média conservadora e, principalmente, o Jornal Nacional, meticulosamente pautado "de [William] Bonner para Homer [Simpson]" que, de segunda a sábado, despeja ideologia mal travestida de notícia sobre dezenas de milhões de incautos.




E o que "deu" no Jornal Nacional "pauta" desde as editorias dos jornais impresso, O Globo por cima e o Extra por baixo- e das revistas, "da casa" ou de uma "concorrência" cujo único objetivo é ser ainda mais sensacionalista e leviana.


Algumas vezes, o movimento segue o sentido inverso: uma publicação semanal produz a ficção que só repercute graças à reprodução da corporação.




Os outros instrumentos de espetaculosidade complementam o processo, impondo suas versões de pseudo-realidade: o Fantástico, ersatz dominical do JN; as novelas "campeãs de audiência", com seus "conflitos" descarnados e suas "causas sociais" oportunisticamente selecionadas como desconversa; e, culminando, o Big Brother Brasil, a celebração máxima da total vacuidade.




Processo análogo vem sendo usado, há mais de duas décadas, para esvaziar e despolitizar a política, reduzindo-a às futricas de bastidores, ao "em off" e aos "papos de cafezinho"; e, em época eleitoral, à corrida de cavalões das pesquisas de intenção de voto que ocupam as manchetes, o noticiário, as colunas – ah, as colunas! – e até mesmo a discussão supostamente acadêmica. 


A não menos velha desconversa nacional: olha todo mundo pra cá, e pela minha lente, para que ninguém olhe pra lá.




Falar-se em "opinião pública", nesse cenário, é um escárnio. 


"Opinião" pressupõe um espaço interno, em cada indivíduo, para reflexão, ponderação, crítica e elaboração, não controlado pelo poder social. "Pública" requer que exista uma esfera pública, de discurso racional entre iguais, aberto ao contraditório e não subordinado aos ditames do "mercado" ou subministrado de fio a pavio pelo braço "midiático" do mesmo poder. Nem uma nem outra condição pode existir em ambiente que tenta subjugar "corações e mentes", induzindo-o sistemática e deliberadamente à loucura social.


Avançamos bastante, mas não nos iludamos: o que vem por aí é uma luta renhida. De um lado, o espetáculo autoritário.. E, de outro, a cidadania e o Estado de Direito como permanente construção.

Postado por olhosdosertão

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