Nenhuma manchete na Folha ou noEstadão. Nenhum comentário no Jornal Nacional da TV Globo. Nenhuma chamada de capa na Veja.
Mistério! Será que o senador DemóstenesTorres (DEM-GO), assíduo frequentador da mídia nativa, morreu ou encontra-se desaparecido?
Como “paladino da ética”, o líder dos demos não tem nada a falar sobre aOperação Monte Carlo da Polícia Federal?
Na quarta-feira passada, agentes da PF efetuaram a prisão de Carlos Augusto Ramos, o famoso Carlinhos Cachoeira. Um dos maiores mafiosos do país, o bicheiro explorava uma rede de caça-niqueis e de cassinos ilegais em cinco Estados brasileiros. Apenas em Goiânia e Valparaíso, nas cercanias de Brasília, os seus cassinos rendiam cerca de R$ 3 milhões por mês.
As relações políticas do mafioso
Com base nos documentos apreendidos e em 200 horas de escutas telefônicas, a Operação Monte Castelo concluiu que Carlinhos Cachoeira possuía forte influência na política goiana. Ela mantinha jornalistas na sua folha de pagamento, contava com uma rede de espionagem ilegal e nomeou vários integrantes para a área de segurança (segurança!) do governo tucano de Marconi Perillo.
Além disso, os grampos autorizados pela Justiça revelaram várias conversas do mafioso com o “ético” Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado. De acordo com as investigações, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um generoso presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha completa. Há indícios também de financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
O pitbull da Veja ficou mudo
Até agora, o demo só confessou a sua relação com o bicheiro:
– Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher.
Mas, pobre inocente, disse desconhecer suas práticas mafiosas:
– Depois do escândalo Waldomiro Diniz, eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção, e se dedicasse apenas a negócios legais.
O demo mais nada falou e sumiu!
A mídia venal, por sua vez, parece disposta a fazer o mesmo. Quer sumir com o escândalo, abafá-lo. Até quem vivia bajulando o líder do DEM está quieto. Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, já chegou a exaltar “a coragem de Demóstenes” no combate à “corrupção lulopetista” e às forças de esquerda. Num texto recente, o metralha da mídia do esgoto escreveu:
“Rigor penal contra o crime”
“Admiro a sua atuação política, como sabem os leitores deste blog. Nem sempre concordo com ele. Mas sempre lhe reconheço a argumentação consistente e corajosa… Demóstenes afirma, e eu concordo, que um dos males do país são as oposições, muitas vezes, querem se parecer com o governo. Defende, entre outras tantas, maior rigor penal contra o crime…”.
Será que Reinaldo Azevedo vai defender agora “maior rigor penal contra o crime”, a começar pela cassação do mandato do demo?
Por Altamiro Borges
postado por Correio do Brasil
Mistério! Será que o senador DemóstenesTorres (DEM-GO), assíduo frequentador da mídia nativa, morreu ou encontra-se desaparecido?
Como “paladino da ética”, o líder dos demos não tem nada a falar sobre aOperação Monte Carlo da Polícia Federal?
Na quarta-feira passada, agentes da PF efetuaram a prisão de Carlos Augusto Ramos, o famoso Carlinhos Cachoeira. Um dos maiores mafiosos do país, o bicheiro explorava uma rede de caça-niqueis e de cassinos ilegais em cinco Estados brasileiros. Apenas em Goiânia e Valparaíso, nas cercanias de Brasília, os seus cassinos rendiam cerca de R$ 3 milhões por mês.
As relações políticas do mafioso
Com base nos documentos apreendidos e em 200 horas de escutas telefônicas, a Operação Monte Castelo concluiu que Carlinhos Cachoeira possuía forte influência na política goiana. Ela mantinha jornalistas na sua folha de pagamento, contava com uma rede de espionagem ilegal e nomeou vários integrantes para a área de segurança (segurança!) do governo tucano de Marconi Perillo.
Além disso, os grampos autorizados pela Justiça revelaram várias conversas do mafioso com o “ético” Demóstenes Torres, líder do DEM no Senado. De acordo com as investigações, em julho do ano passado Carlinhos Cachoeira deu um generoso presente de casamento para o senador goiano: uma cozinha completa. Há indícios também de financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
O pitbull da Veja ficou mudo
Até agora, o demo só confessou a sua relação com o bicheiro:
– Sou amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher.
Mas, pobre inocente, disse desconhecer suas práticas mafiosas:
– Depois do escândalo Waldomiro Diniz, eu pensei que ele tivesse abandonado a contravenção, e se dedicasse apenas a negócios legais.
O demo mais nada falou e sumiu!
A mídia venal, por sua vez, parece disposta a fazer o mesmo. Quer sumir com o escândalo, abafá-lo. Até quem vivia bajulando o líder do DEM está quieto. Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, já chegou a exaltar “a coragem de Demóstenes” no combate à “corrupção lulopetista” e às forças de esquerda. Num texto recente, o metralha da mídia do esgoto escreveu:
“Rigor penal contra o crime”
“Admiro a sua atuação política, como sabem os leitores deste blog. Nem sempre concordo com ele. Mas sempre lhe reconheço a argumentação consistente e corajosa… Demóstenes afirma, e eu concordo, que um dos males do país são as oposições, muitas vezes, querem se parecer com o governo. Defende, entre outras tantas, maior rigor penal contra o crime…”.
Será que Reinaldo Azevedo vai defender agora “maior rigor penal contra o crime”, a começar pela cassação do mandato do demo?
Por Altamiro Borges
postado por Correio do Brasil
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