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domingo, 18 de março de 2012

VEJA a autópsia de um Civita ou a mão que segura a queijada

A biografia autorizada de Roberto Civita restou resumida numa bolinha de papel 



A Veja odeia o Brasil, porque o dono é um perdedor


 



He wishes


Robert(o) Civita herdou do pai, Vitor Civita, a maior editora da América Latina.
Robert(o) Civita tentou fazer televisão e perdeu.


A TV Abril não deixou vestígio.
Robert(o) Civita tentou fazer tevê a cabo e perdeu.


(Como ele vendeu a TVA à Telefonica, beneficiada na Privataria Tucana, é um capítulo que se esclarecerá na História do PiG (*) e, talvez, do PSDB.)
Robert(o) Civita tentou fazer internet e foi engolido pelo Luizinho Frias, do UOL.


Tudo o que ele tentou fazer além do que recebeu do pai foi um retumbante fracasso.


Como diria ele, que pensa que só ele sabe falar inglês, Robert(o) Civita é o que nos Estados Unidos se diz, de forma devastadora, um “loser”.
Um perdedor.


A editora que herdou do pai é outro retumbante fracasso.
Metade da receita publicitária da Abril se origina na Veja, que, como se sabe – clique aqui para ler ” Tiragem da Veja é um grampo sem áudio“ – caminha para o buraco.


Esta informação se obtém do perfil publicado neste fim de semana pelo Valor.


Em que se sabe que Robert(o) se considera um gênio.
Que foi ele, por exemplo, quem fez a Veja.


Como é conhecimento do mundo mineral, quem fez a Veja, quando podia ser lida, foi o Mino Carta.


O Robert(o) lia a Veja na segunda feira, depois de impressa, porque o Mino não deixava ele dar palpite ANTES de a revista rodar.


Ele também diz ao Valor que salvou a Veja, logo no inicio, de um sócio que queria fechá-la, tal o prejuízo.
Quem salvou a Veja, conta o Mino, exaustivamente, foi o pai, Vitor.
Que ele ia ser um físico.


Depois, tornou-se um expoente da redação da Time, em Nova York.
(Do que não se tem notícia …)


Ia fazer carreira no Hemisfério Norte e no Japão, mas o pai o dissuadiu a tocar os negócios com ele.


Foi uma tragédia, ele diz:


“Voltar ao Brasil em 1958 era voltar no tempo … mesmo … mesmo”, lembra-se. “Comparando o Brasil com Hemisfério Norte, com Estados Unidos, Japão, Europa, era como pegar uma espaçonave e viajar no tempo. Aqui era muito mais atrasado. Estou na vanguarda e vou voltar 30 anos !”, teria dito ao pai.


Ele e a Veja continuam a achar isso até hoje.
Mas, os donos do PiG (*) pensam a mesma coisa.
Os herdeiros como ele: os filhos do Roberto Marinho, que não tem nome próprio, os do “seu” Frias, os Mesquita, que terceirizaram o Estadão.
Para eles, isso aqui é uma mixórdia.


A diferença entre Robert(o) e os outros herdeiros é que os Mesquita, os Frias e os Marinho fazem parte da elite.
Ficam lá em cima, no topo.
Da elite política.


O Robert(o) Civita achou que ia chegar aqui se tornar o rei da cocada preta.
E perdeu.
Ela não entrou na turma.
É um outsider.


Por isso, além de militar no Golpe do PiG (*), ele contém um ressentimento adicional: ele perdeu.


Nos bons tempos antes da internet, o Padim Pade Cerra e o Fernando Henrique davam tres telefonemas e se blindavam: ao “seu” Frias, ao Dr. Roberto (Marinho) e ao Ruy Mesquita.
Não precisava ligar para o Robert(o).
O Robert(o) vinha no bolo.


Tudo o que o Robert(o) queria ser na vida era se transformar no Henry Luce do Brasil.
Henry Luce, o dono do Time e da Fortune.
Luce mandava.
Luce fazia a politica externa americana para a China.
Luce era o pai do Chiang Kai-shek
A mulher do Luce foi ser embaixadora dos Estados Unidos na Itália, para administrar o Plano Marshall e não deixar os comunistas tomarem o poder.


O Murdoch, convenhamos, o Robert(o) jamais imaginou que pudesse ser.
O Robert(o) aos poucos tira o time da família da Editora Abril.
E se encaminha para as ilhas gregas e o negocio da Educação.
Conseguirá, finalmente, vencer ?


A Veja, que se transformou num detrito de maré baixa, não tem conserto.


Paulo Henrique Amorim

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