A sabedoria do PIG em escolher seus representantes éticos é notória.
A Veja havia escolhido José Roberto Arruda.
A Globo havia escolhido Serra, o ator da Bolinha de Papel. E depois ainda querem nos ensinar a escolher políticos.
A Época tinha em Demóstenes Torres o paladino da moral e bons costumes. Dentre outros costumes, o de ser contra as políticas afirmativas, como as cotas e a Bolsa Família. E agora se vê que ele tinha arraigado outro costume, a do crime organizado. Bem, pelo menos era organizado. Tão organizado que tinha até a participação da Veja, outra sempre com o dedo “cheiroso” em riste para condenar os movimentos sociais.
Agora se sabe onde a Veja metia o dedo… e a mão (leve)…
Duas “épocas”de Demóstenes “Cachoeira” Torres
Postado por Juremir em 30 de março de 2012 – Política
A revista Época, em outra época, publicou esta entrevista do senador Demóstenes Torres.
O parlamentar aparecia assim:
“O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ganhou fama no Congresso como um parlamentar afeito às investigações das CPIs.
Agora, o senador tem empunhado outra bandeira.
Demóstenes tornou-se o principal opositor do projeto de lei que cria cotas para negros e índios nas universidades federais”.
QUEM É
Demóstenes Lázaro Xavier Torres, de 48 anos, é senador desde 2003 pelo DEM (antigo PFL) de Goiás. Natural de Anicuns, município do interior de Goiás, tem dez irmãos. Diz ser descendente de negros
O QUE FEZ
Graduou-se em Direito, foi advogado por um curto período e depois ingressou no Ministério Público de Goiás. Chefiou a instituição por duas vezes. Também foi secretário de Segurança Pública em Goiás. É especialista em Direito Penal
Ele soltava o verbo como um paladino do universal e do mérito:
“O governo está querendo fazer demagogia com essa história de cota racial. Quer dar privilégio a uma parte da sociedade”.
Quem diria! O mesmo senador foi dar privilégios ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Em troca de fogão, geladeira e outros presentinhos.
Ele ia fundo contra privilégios: “O governo, infelizmente, está loteado em segmentos. Reúne ecologistas e, ao mesmo tempo, fazendeiros e movimento de sem-terra. E tem também o movimento negro. De vez em quando, o governo tem de tomar alguma medida para contemplar esses segmentos. Esse projeto de cotas é isso. Está em curso um processo de doutrinação complicado, e esse governo apoia isso. Palavras consagradas no dicionário do brasileiro passaram a ser excomungadas. Querem agora criar um índex para o costume do brasileiro em relação ao negro. A pessoa fica até com medo de conversar com um negro e usar uma palavra que, na visão desses grupos, pode ser ofensiva
Agora, pelas escutas telefônicas, a conversa do senador, publicado pelo jornal O Globo, mudou: Por falar nisso, tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar, não, da Sete, né? – pede Demóstenes. - Tá, tu me fala aí. Eu falo com o… com o Vilnei. Quanto foi lá? – concorda Cachoeira.
Favor em troca de dívida
O senador informa que a despesa é de R$ 3 mil. Cachoeira diz que vai mandar um auxiliar quitar a dívida e imediatamente encomenda um serviço especial ao parlamentar.
- Deixa eu te falar. Aquele negócio (processo) tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim? – diz Cachoeira.
O senador pergunta sobre um detalhe do caso e aceita a missão.
- Tá tranquilo. Eu faço – diz Demóstenes.
Os dois já tinham acertado formas de interferir no processo em conversas anteriores.
Nos diálogos, em que Demóstenes chama Cachoeira de “Professor” e é tratado pelo amigo de “Doutor”, o senador relata ao contraventor o resultado de uma reunião que tivera pouco antes com o magistrado.
- Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal – confidencia o senador, numa conversa interceptada às 16h39m de 6 de abril de 2009.
Cachoeira quer saber se o julgamento será rápido, e o senador confirma.
- Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o… negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível – avisa Demóstenes.
*
De fato, o problema do Brasil são as minorias com seus privilégios.
Ainda bem que temos senadores que não se intimidam com as patrulhas.
E respondem rápido aos seus patrões.
Que tempos! Cada época!
Juremir Machado da Silva – Blogs – Correio do Povo | O portal de notícias dos gaúchos
postado por Gilmar Crestani
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