A figura que une oposição, grande imprensa e outros políticos no maior agrupamento de malfeitores da história recente do Brasil. Mas, cuidado, a imprensa pretende desinformar, confundir e mediocrizar o caso
O Brasil mudou, o mundo mudou, somente a posição dos EUA é que não muda. Crises ocorrem, o império se fragiliza, mas o orgulho e o sentimento de onipresença se mantém, subestimando a força de uma nova ordem que se estabelece ruidosamente.
Mas nada disso mereceu destaque na mídia brasileira.
Parece que não passou de uma conversa de comadres o encontro dos governantes em Washington. Aqui, no lado de baixo do equador, a grande imprensa tem seus afazeres domésticos para cumprir com mais dificuldade.
Em geral, desinformar a opinião pública, e garantir apoios às suas causas.
O escândalo que envolve um senador da república com o crime organizado, parece ser apenas a ponta de um iceberg de proporções gigantescas em uma associação com o ilícito que pode ter elo com a roubalheira das privatizações, bilhões de dólares dispersos por aí.
Demóstenes Torres, que ao longo de seu mandato sempre teve a seu dispor o palco e os holofotes da mídia para derrubar o governo Lula, agora é jogado as feras, como traidor, por esta mesma imprensa, que alimenta e se alimenta de crises.
No caso em que o senador, deputados e governadores, incluindo o tucano Marconi Perillo, são envolvidos com um criminoso, a imprensa deu a senha e seus auxiliares políticos saíram a caça de microfones e câmeras das TVs para apoiar a instalação da CPI do Cachoeira, com um discurso combinado com as manchetes de jornais que saíram horas antes.
Após semanas de indecisão e refugo, posaram, novamente, de paladinos da ética e dos bons costumes políticos os mesmos sujeitos suspeitos.
O filme poderá se repetir brevemente.
Com outros personagens, outras situações comprometedoras, revelando que os justiceiros de hoje podem ser desmascarados com bandidos amanhã. É a senha do início do jogo em que a imprensa pretende ser jogador e juiz, ao mesmo tempo, desta peleja, apelando a replays (mensalão?) e se desfazendo do real time das crises (oposição na lama com Cachoeira).
A opinião pública tem hoje mais possibilidades de perceber esta jogada.
O sinal verde para a oposição sair da toca e atacar foi acionado, para firmar posição favorável às investigações, trazendo a tona o mensalão e embaralhando a cabeça da audiência e do eleitor que irá às urnas em outubro.
O vale tudo da desinformação começou e deve durar bastante tempo.
A grande imprensa deu demonstrações que vai jogar pesado nesta campanha para mediocrizar a pauta política, em que, por baixo, nada fará diferença na cobertura, de preferência colando nos investigadores os pecados cometidos pelos investigados.
Mas e se o jogo é pra valer quais as armas da base governista para ir fundo nesta queda de braço, contra tão poderosos inimigos?
A meu ver a melhor maneira de enfrentar esta chantagem editorial que já se instalou e não terá volta é ir fundo nas investigações e não poupar ninguém do lado de lá, nem refrescar para envolvidos do lado de cá.
Eles têm muito mais a perder.
Inclusive a própria imprensa, que esconde o papel vergonhoso que o editor chefe da Veja, Policarpo Júnior, desempenhou ao se envolver com o contraventor Carlinhos Cachoeira para monitorar, espionar e chantagear adversários, montando edições da revista semanal com fatos criados para produzir prejuízos ao governo e vantagens à oposição.
A Veja até este momento não deu uma capa sequer para repercutir o escândalo Cachoeira, saindo pela tangente e, como uma ratazana acuada, partiu para o ataque com os dentes amostra na edição deste sábado, cumprindo fielmente o roteiro combinado com seus pares da mídia.
Não teve coragem sequer de mencionar a CPI do Cachoeira em sua chamada que acusa o PT de encobrir o mensalão com esta investigação.
A Veja e seus similares semanais e diários nada falam, de concreto e apurado, sobre o fato de Policarpo Júnior ter ligado para Cachoeira mais de 200 vezes! Que foi muito além de buscar uma fonte de informação: se associou ao crime organizado para explorar politicamente factóides.
A base do governo não terá alternativa para combater a desinformação, terá que ser firme e enfrentar os editoriais que virão e que serão, exaustivamente, repetidos pelos investigados como um mantra ou um salvo conduto eleitoral.
Quem não se recorda da espionagem cometida contra José Dirceu em um hotel de Brasília por um repórter da Veja? Fato isolado? Apenas confirma os métodos que a grande imprensa consagra para criar fatos e desinformar as pessoas.
Ou seja, de nada adiantará o governo debater uma agenda positiva para o país, falar grosso com Obama ou enfrentar a ganância dos bancos privados brasileiros para a derrubada dos juros, como fizeram os bancos públicos após intervenção da equipe econômica.
A pauta que domina este momento é o da guerra da desinformação, em que oposição e imprensa tramam para, no máximo, perder os dedos, mas permanecer com os anéis...
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