Págs. 57 e 58 do livro A Privataria Tucana
Serra não contesta esse e outros conteúdos do livro na ação civil.
O texto no livro é acompanhado de documentos que provam o que está escrito. |
Na quarta-feira, dia 18, a notícia caiu na blogosfera progressista: “Serra resolveu abrir ação civil de indenização contra o livro A Privataria Tucana.”
Além dos blogs progressistas, só os portais de notícias Rede Brasil Atual, R7 e Portal Imprensa noticiaram. Foi o próprio Serra quem colocou a notícia em pauta, ao mover processo.
Na versão demotucana, Serra estaria sendo injustiçado pelo livro. Logo, isso seria notícia obrigatória nos jornalões e TVs.
Daí ser curioso só blogs e portais mais independentes noticiarem. Folha, Estadão, Veja e Globo têm obrigação de noticiar e cobrir o assunto, afinal é fato jornalístico incontestável. Mas a ordem nas redações é censura total sobre o assunto, para reduzir danos à candidatura Serra e o mínimo de pessoas possíveis tomarem conhecimento do conteúdo do livro.
Vada a bordo, PIG! Noticie o processo.
Escaldado com o falso catão Demóstenes Torres, até eleitor demotucano desconfia de Serra, pela frouxidão com que enfrentou as denúncias do livro A Privataria Tucana.
O único processo que interessava a Serra era retirar o livro de circulação.
Como não tem jeito, Serra não queria saber de processo coisa nenhuma, porque fatalmente vira notícia e atrai atenção para o conteúdo do livro, que os tucanos preferem abafar.
O problema é que, como Serra foge de dar explicações sobre o conteúdo do livro, a candidatura dele subiu no telhado até para o mais reacionário eleitor paulistano, que teme votar em alguém que seja outro Demóstenes Torres.
Até eleitores demotucanos exigem: se as denúncias do livro são falsas, cadê o processo contra o autor? Sob pressão, Serra resolveu processar para dar alguma satisfação ao distinto público. Mas Serra não teve coragem de mover ação por calúnia, o que permitiria a Amaury Ribeiro Jr. recorrer à exceção à verdade, ou seja, provar que o que escreveu é verdade.
Assim Serra moveu um processo chinfrim, civil, apenas pedindo indenização. E a ação não contesta o conteúdo do livro. Apenas reclama do que o livro não diz.
Segundo nota do Viomundo, a ação civil reclama do livro não provar que são propinas da privatização para Serra as movimentações financeiras nas empresas offshore em paraísos fiscais, de sua filha, seu genro, seu “primo” político e ex-sócio Gregório Preciado e do ex-caixa de campanha de Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira.
Sem contestar que tudo isso é verdade, apenas diz que não são propinas da privatização para ele. Detalhe da malandragem: o livro sequer afirma que foi Serra quem teria recebido propinas em seu nome, e sim que houve propinas para pessoas ligadas a ele. Logo a ação já tem defeitos de origem e tem tudo para ser derrotada nos tribunais.
Outra reclamação é de que o livro não provaria que ele teve uma rede para espionar Aécio Neves.
Mas o autor, Amaury Ribeiro Jr., garante que quanto a isso tem provas suficientes. De fato o livro mostra um inusitado contrato do governo paulista quando Serra era governador e pré-candidato à presidente, com a empresa de espionagem Fence, do Rio de Janeiro, onde Aécio tem residência e passa a maior parte do tempo livre.
O que se percebe claramente é que o objetivo tucano não é ganhar a indenização, é apenas estratégia de marketing político para manter o processo “vivo” até a data das eleições, para Serra desconversar, dizendo que está processando o autor quando alguém perguntar sobre algo do conteúdo do livro.
O que Serra não contesta e que está no livro:
● as empresas offshore em paraísos fiscais de sua filha e de seu genro;
● a sociedade com a irmã de Daniel Dantas;
● o indiciamento na Polícia Federal de sua filha pela quebra de sigilo bancário de milhões de brasileiros;
● a contratação da empresa de espionagem Fence antes das eleições de 2010, com dinheiro dos cofres públicos paulista;
● os negócios envolvendo o ex-sócio Gregório Preciado, além das transações do ex-caixa de campanha de Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira.
E o resto que está no livro, abundantemente documentado. Na ação civil, Serra não contesta praticamente o livro inteiro.
do BLOG LIMPINHO E CHEIROSO
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