“Até este fim de semana, a posição majoritária era de poupar a revista nas investigações da CPI do Cachoeira. Isso deve mudar, pelo menos entre os deputados petistas, que agora voltam a falar na convocação de Roberto Civita e Policarpo Júnior
Brasil 247 / Minas 247
A entrevista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, à revista Veja, pode acabar tendo efeito contrário ao desejado.
A CPI do Cachoeira, que caminhava para uma acomodação, pode radicalizar-se.
O 247 apurou que vários parlamentares federais do PT estão profundamente contrariados com o que chamam de “armação” da revista contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e líder do partido.
Segundo a Veja, Lula teria pressionado Mendes a protelar o julgamento do mensalão para não prejudicar o PT nas eleições municipais deste outubro.
Segundo o ministro do STF, o ex-presidente teria insinuado a possibilidade de blindá-lo na CPI em troca do adiamento do julgamento do mensalão.
Mendes já foi desmentido pelo ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, que participou da conversa relatada pela revista.
Como quase sempre ocorre, os deputados do PT não querem se apresentar publicamente, ao menos por enquanto, por temerem represália da revista.
Mas eles vêem “inconsistências” na denúncia de Veja.
Em primeiro lugar, estranham que Lula tenha procurado justamente Gilmar Mendes para negociar o atraso no julgamento dos mensaleiros.
Nomeado para o Supremo por Fernando Henrique Cardoso, Mendes não é relator do processo do mensalão (Joaquim Barbosa), nem revisor (Ricardo Lewandowski) ou presidente do STF (Ayres Brito).
A negativa enfática de Nelson Jobim também trabalha contra a veracidade da denúncia, segundo eles.
Jobim é amigo e ex-colega de Mendes no Supremo.
Poderia, pelo menos, sair pela tangente quando consultado sobre a reunião com Lula, mas optou por uma negativa categórica: “De forma nenhuma, não se falou nada disso”. Jogou o colega em maus lençóis.”
Foto: Montagem/247
do Blog do SARAIVA 13
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