Foto: Edição/247 |
Neste fim de semana, a revista Carta Capital revela que a mesma intimidade ocorria também com o diretor da revista Época, em Brasília, Eumano Silva.
Havia até um codinome para a comunicação entre Eumano e Dadá – nas conversas interceptadas pela Polícia Federal, o jornalista da revista Época era chamado de “Doni”.
Assinada por Leandro Fortes, a reportagem de Carta Capital aponta que Claudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste, pediu a Dadá para plantar reportagens contra uma empresa chamada Warre, que concorria com a empreiteira de Fernando Cavendish.
Dadá conseguiu o feito na edição de 13 de agosto de 2011 da revista Época, numa reportagem chamada “O ministro entrou na festa”. Nela, a Warre foi conectada ao escândalo que derrubou o ministro Pedro Novais, do Turismo.
Dizia-se que, graças à influência junto ao secretário Frederico Costa, a Warre teria conseguido vencer uma disputa para realizar obras de um parque em Goiânia – exatamente a informação que a Delta pedira que Dadá plantasse na mídia.
Em grampos interceptados pela Polícia Federal, Eumano Silva também antecipa para Dadá uma reportagem que seria exibida no Jornal Nacional sobre o caso.
E demonstra intimidade com Dadá. “Tamo junto, amigão”, diz ele, num telefonema (escute aqui os grampos). Embora possa se tratar de um diálogo normal de uma relação entre fonte e jornalista, Eumano deixa claro, em outros telefonemas trocados com Dadá, que sabia que o araponga defendia interesses da Delta. Ou seja: tinha ciência de que ao atacar uma empreiteira, outra era favorecida.
Carta Capital procurou a redação da revista Época e quem falou em nome da revista foi o diretor de redação Hélio Gurovitz.
“Época não tinha conhecimento de que Idalberto integrava uma quadrilha”, disse ele. Gurovitz afirmou ainda que o codinome usado por Eumano não era de seu conhecimento e que talvez se deva a erro de identificação da Polícia Federal.
“Somos todos Policarpos”
No início da caso Cachoeira, que evidenciou sua influência na mídia e na produção de escândalos, Época chegou a fazer uma reportagem contra Veja.
Foi aquela em que o ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, dizia ter sido demitido pela pressão exercida por Cachoeira sobre a Veja.
Depois disso, o comportamento das Organizações Globo mudou radicalmente.
As famílias Civita e Marinho firmaram um pacto informal de não agressão e passaram até a se defender mutuamente.
Num editorial, o jornal O Globo escreveu que “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”, o que foi saudado pela Abril como um marco nas lutas democráticas no Brasil.
Em contrapartida, o blogueiro Paulo Henrique Amorim ironizou Globo e Abril com um texto chamado “Somos todos Policarpos”.
Antes disso, o 247 já havia alertado que os três principais grupos de mídia do País – Globo, Abril e Folha – estavam fechados em torno da não convocação de Policarpo Júnior e Roberto Civita pela CPI (leia mais aqui).
Até porque, pelo jeito, há Policarpos em todas as redações.
Brasil_247
DE RECIFE - PE. DIÓGENES AFONSO
DO BLOG TERRA BRASILIS.
do blog do SARAIVA13
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