Enviado por luisnassif, sex, 18/05/2012 – 08:51
Por TropicalSol
O portavoz da Veja publicou a íntegra da sessão do Conselho de Ética que tratou da cassação do deputado André Luiz, contendo o depoimento do Policarpo e de seu assessor informal, o famoso perito Molina.
São transcritos pequenos trechos das mais de 5 horas de gravação que o PJ possuía.
O deputado que extorquia, assassinava e batia em mulher foi cassado, como deveria.
Mas as reportagens do Policarpo na Veja acabaram livrando a cara do Cachoeira.
Desde 2004 que a coisa vem funcionando assim: o Cachoeira manda o Dadá, o Jairo ou Thomé gravar, passa para a Veja e a Globo repercute.
Neste caso a revista transcreveu alguns trechos das fitas que o Jairo gravou e a TV Globo divulgou o áudio na Fantástico do mesmo final de semana em que Veja circulou.
Por TropicalSol
O portavoz da Veja publicou a íntegra da sessão do Conselho de Ética que tratou da cassação do deputado André Luiz, contendo o depoimento do Policarpo e de seu assessor informal, o famoso perito Molina.
São transcritos pequenos trechos das mais de 5 horas de gravação que o PJ possuía.
O deputado que extorquia, assassinava e batia em mulher foi cassado, como deveria.
Mas as reportagens do Policarpo na Veja acabaram livrando a cara do Cachoeira.
Desde 2004 que a coisa vem funcionando assim: o Cachoeira manda o Dadá, o Jairo ou Thomé gravar, passa para a Veja e a Globo repercute.
Neste caso a revista transcreveu alguns trechos das fitas que o Jairo gravou e a TV Globo divulgou o áudio na Fantástico do mesmo final de semana em que Veja circulou.
Do Fantástico
Propostas indecentes
Ele é o deputado federal André Luiz, do PMDB do Rio de Janeiro, que está envolvido em um dos maiores escândalos políticos do Rio, nos últimos anos. Ele já está no seu quarto mandato.
Em conversas gravadas, o deputado André Luiz assume o assassinato de oito pessoas e tenta extorquir R$ 3 milhões do empresário do setor lotérico Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Um emissário de Cachoeira, encarregado de negociar com André Luiz, gravou toda a conversa.
Emissário: “Sabe o que aconteceu, deputado? O advogado assustou, porque a pedida foi US$ 3 milhões.”
André Luiz: “Não foi US$ 3 milhões, não.”
Emissário: “O advogado chegou com essa conversa lá para ele.”
André Luiz: “Não foi US$ 3 milhões, foi R$ 3 milhões.”
Emissário: “E vai ter que envolver ainda relator, ainda dá tempo de fazer isso dentro da CPI?”
André Luiz: “Tem que dar dentro da CPI.”
Emissário: “Ou tem que ir para plenário?”
André Luiz: “Não, que plenário, plenário vai gastar R$ 10 milhões.” André Luiz é o primeiro vice-presidente da CPI da Loterj, aberta em março deste ano pelos deputados do Rio, para apurar um escândalo na loteria do estado.
O caso estourou no início do ano, quando Waldomiro Diniz, ex-presidente da Loterj e ex-assessor da Casa Civil, foi flagrado tentando extorquir dinheiro de Carlos Cachoeira.
Agora André Luiz é acusado de usar a CPI para fazer com Cachoeira o mesmo que Waldomiro já tinha feito: tentar tomar dinheiro do empresário.
O objetivo: evitar que Cachoeira não fosse incriminado pela CPI, o que acabou acontecendo.
Waldomiro e Cachoeira são acusados de 12 crimes pela CPI, entre eles, formação de quadrilha, fraude, corrupção e extorsão.
Cachoeira, que se diz inocente, conta que resolveu gravar as conversas entre seu emissário e André Luiz, porque pressentiu que o deputado iria fazer alguma proposta ilícita: “Quer dizer, isso aí eu não agüentei.
Os emissários foram lá e gravaram e pegaram tudo isso aí que o Brasil inteiro está vendo”.
As conversas foram gravadas em Brasília, no gabinete do deputado e na casa dele, antes das eleições de outubro.
André Luiz: “Você fala para ele o seguinte: o deputado mandou falar que é tranqüilo. Esperar acabar a eleição, logo após o término da eleição, dia 3 de outubro, domingo que vem.
Na semana subseqüente, o deputado vai reunir as lideranças lá no escritório dele, no Rio. Eu vou sentar com eles, nós vamos fechar tudo, deixar armado. Deixar acordado direitinho como é que vai ser, quanto vai ser. Eu ainda não levantei isso, eu tenho que ver ainda. Aí eu passo antes de você ir para reunião eu vou te passar tudo, vai ser isso, isso, isso. Depois que votar, está aqui.”
Segundo o deputado André Luiz, os R$ 3 milhões seriam distribuídos entre 40 deputados, depois das eleições.
André Luiz: “Todo mundo vai querer um qualquer agora, porque está todo mundo morto. Está todo mundo devendo gráfica, negócio de papel, camiseta, boné, boca de urna, todo mundo no sufoco.”
Mais adiante, apesar do som alto da televisão, dá para ouvir o pedido: três parcelas de R$ 100 mil.
André Luiz: “Vamos fazer o seguinte? Vamos fechar R$ 100, R$ 100 e R$ 100 lá no Rio, com nós dois. Está certo, velho?”
Em um dos trechos da gravação, André Luiz conta que, para vingar o assassinato de um segurança dele, comandou a morte de oito bandidos em uma favela do Rio, junto com seus seguranças, que ele chama de "meu pessoal".
André Luiz: “Eu com meu pessoal fomos lá para cima e aí pegamos todo mundo. Isso na segunda-feira, já "meteu" e tinha dois presos. Na terça-feira, mataram mais dois. Na quarta-feira , eu estava cruzando com o meu pessoal… Que tiroteio, rapaz. Trocamos até a polícia chegar. E foram embora mais seis. Quem tem que ficar na rua é o cidadão, vagabundo tem que ir para a vala, tem que morrer, tem que ser preso.”
Ontem, em Brasília, o deputado se defendeu das acusações, em sua casa.
André Luiz falou na cama, porque sofreu um acidente de carro recentemente. “Sou uma pessoa que tive quase cem mil votos, minha esposa é deputada no Rio. Vou me defender. Não quero fugir da imprensa, quero dar todos os esclarecimentos possíveis. Quando não posso dar é porque não estou bem de saúde. Mas quero que o cidadão brasileiro, que meus eleitores saibam da verdade. E se eu não falar, quem cala, consente”, afirmou o deputado.
As fitas com as gravações serão entregues à promotora de Justiça Dora Beatriz Costa.
“Eu sei que uma comissão da Câmara já está investigando a conduta do deputado.
Então, se ele ainda for deputado, eu pretendo encaminhar todo esse material para o procurador-geral da República, que pedirá licença à Câmara para poder processá-lo, porque é a autoridade competente.
Porém, se a comissão já tiver decidido pela cassação, eu poderei agir”, explica a promotora.
Em uma gravação, é possível ouvir:
André Luiz: “Você acha que, para mim, não interessa resolver o negócio do Carlinhos?
Mais na frente, eu preciso dele para resolver um negócio de campanha, alguma coisa, tudo bem. Carlinhos, dá uma força aí. Uma campanha é um saco de dinheiro sem limite.”
do Blog Ficha Corrida
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por respeitar este espaço livre e democrático e por comentar!