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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Delícias da Privataria: Maternidade lotada faz grávida 'caçar' vaga na hora do parto


Leitos caíram 4% entre 2009 e 2011, período em que o número de beneficiárias de planos de saúde subiu 13% 


Casos de mães em trabalho de parto transferidas por falta de leitos são comuns, afirmam obstetras na FSP Wanessa Dias, 35, planejou cuidadosamente o dia do nascimento de sua filha: pesquisou maternidades, pediu indicação a médicos e amigas e visitou os locais escolhidos. 


Queria evitar estresse no parto. Mas não foi suficiente. Ao chegar à Pro Matre, na av. Paulista, com a bolsa estourada, esperou mais de três horas até ser levada à sala de parto. 


Depois de ter a filha, aguardou outras quatro horas para ser acomodada em um quarto (a espera, em situações normais, é de uma hora). A maternidade estava lotada. Andrea Proietti, 36, passou por algo similar na unidade Itaim do hospital São Luiz. Só conseguiu quarto na maternidade no dia seguinte ao parto. 


Wanessa e Andrea sofreram com um problema que se agravou desde 2010: a superlotação das maternidades particulares de São Paulo, resultado da queda de vagas e do aumento de usuários da rede privada.  


Dados levantados pela Secretaria Municipal de Saúde a pedido da Folha mostram que o número de leitos obstétricos nos hospitais particulares caiu 4% entre dezembro de 2009 e o mesmo mês de 2011 (último divulgado). 


A situação foi agravada porque o número de beneficiárias de planos aumentou 13% neste período. 


Nos últimos dois anos, o total de partos em hospitais privados cresceu mais do que os feitos na rede pública. 


'CAÇA AO LEITO' 


Segundo obstetras, não são raros os casos de mães em trabalho de parto que chegam à maternidade e acabam transferidas por falta de vagas. Ou de médicos que, avisados por suas pacientes, iniciam uma "caça ao leito" por telefone e chegam a recorrer a conhecidos nos hospitais. 


"Já apelei para a influência política para conseguir vaga", diz Sue Sun, professora da Escola Paulista de Medicina. "Há cinco, seis anos, era raro uma maternidade estar lotada. 


Hoje, raro é ela estar vazia", diz Rosiane Mattar, da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia de SP). 


PROCEDIMENTO MANUAL 


Os leitos têm diminuído porque muitos hospitais fecharam nos últimos anos devido à falência de planos e outros deixaram de investir em maternidades, que têm custo muito alto e pouco retorno financeiro.


Uma maternidade exige estrutura própria (como centro obstétrico e UTI neonatal) que não pode ser utilizada por outras especialidades. 


"O parto é um procedimento manual, que não usa equipamentos cirúrgicos dos hospitais. Agrega menos valor à conta hospitalar", afirma o presidente da Sogesp, César Eduardo Fernandes. 


Para o serviço ser viável financeiramente, é preciso contar com muitos leitos. Por tudo isso, muitas instituições têm preferido abandoná-lo. 


O São Camilo é um exemplo. Nos últimos quatro anos, diminuiu leitos de maternidade para ampliar a estrutura das áreas cirúrgica e clínica. 


As unidades do Ipiranga e Santana não fazem mais partos. 


A da Pompeia deixou de oferecer o serviço ontem. À época da decisão, havia vagas ociosas na maternidade. "Decidimos focar nas áreas que estavam sobrecarregadas", disse Valdesir Galvão, diretor-geral da rede São Camilo.




do blog do Mario

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