REGULAÇÃO DA MIDIA,JÁ!

REGULAÇÃO DA MIDIA,JÁ!
PARA ACABAR COM O MONOPÓLIO

sábado, 8 de setembro de 2012

Como Alckmin esvaziou a candidatura de Serra à prefeito de SP!


Nesta semana, eu li a matéria da 'Folha de S.Paulo' na qual esta mostra que o comando de campanha de Celso Russomano é controlado pelos pastores da Igreja Universal, que controla a Rede Record. 

E nesta reportagem é dito, claramente, que foram os próprios tucanos que estimularam o PTB de Roberto Jefferson a fechar uma aliança com Russomano. 

Embora o jornal não diga o nome destes tucanos, é claro de que se trata do governador Geraldo Alckmin, em especial. Alckmin, como o atual governador de SP, controla a máquina do estado e, também, o PSDB no plano estadual. 

Assim, a idéia de Alckmin era fortalecer a candidatura de Celso Russomanno, com o PTB indicando o vice do mesmo (que acabou sendo o ex-presidente da seccional paulista da OAB, Luiz Flávio D'Urso, um dos líderes do famigerado 'Cansei', que tentou derrubar o presidente Lula em 2007, logo após o acidente com o avião da TAM). 

Alckmin e os seus aliados temiam que o PTB apoiasse Haddad, com quem o PTB paulista (leia-se Campos Machado, antigo e leal aliado dos tucanos de SP) negociava um acordo naquele momento.

Essa possibilidade do apoio do PTB à Haddad chegou até a ser comentada na imprensa, na época. Logo, quem estimulou essa aliança para fortalecer Russomano foi o governador Geraldo Alckmin, de quem o líder do PTB paulista, Campos Machado, é um antigo e leal aliado. 

Inclusive, foi noticiado que Serra ficou bastante irritado com Alckmin em função disso, acusando-o diretamente de ter estimulado a aliança entre Russomano e o PTB o que, de fato, aconteceu. 

Aliás, Serra também acusou Alckmin de ser o responsável pelo fato do PP malufista e do PSB de Eduardo Campos não ter fechado acordo com ele, Serra. 

Com isso, os dois partidos (ambos aliados de Alckmin no governo do estado de SP já há vários anos) acabaram preferindo por apoiar Haddad que, naquele momento, aparecia com poucos pontos nas pesquisas, enquanto que Serra as liderava com folga. 

Portanto, foi Alckmin quem articulou esse esvaziamento da candidatura de Serra. E também foi Alckmin que, também, falou para Serra (isso foi dito pessoalmente) que se ele desejasse se tornar o candidato do PSDB à prefeitura, então ele teria que disputar as prévias do partido. 

Agora, pensem no seguinte: 

Como é que José Serra, um ex-Senador, ex-prefeito e ex-governador de SP e, também, um ex-candidato a presidente em duas oportunidades (2002 e 2010), teve que disputar PRÉVIAS partidárias para ser escolhido candidato a PREFEITO da capital paulista? 

É claro que isso somente aconteceu porque Alckmin assim o desejou. 

E Serra, sem cargo e, portanto, sem o poder que a caneta de governante confere a quem a domina, teve que se submeter a tal humilhação. 

E o que aconteceu durante estas prévias? 

Vários líderes tucanos importantes da capital paulista desancaram Serra publicamente (incluindo a famosa Catarina Rossi, líder do 'PSDB Mulher' e que é esposa de Clóvis Rossi, jornalista da 'Folha', e que chamou Serra de imaturo). 

Um outro lider tucano desancou Serra publicamente, na frente deste, dizendo que ele estava enfraquecendo o PSDB. Serra ouviu calado tamanha humilhação. Isso é coisa que um suposto amigo e aliado faça ou permita que aconteça? 

Ou alguém duvida que essas manifestações contrárias à Serra, de caráter público, aconteceram sem que Alckmin soubesse delas. E mesmo que não soubesse, ele nunca reclamou desse tratamento humilhante a que Serra foi submetido. 

Sem falar que o resultado das prévias tucanas foi muito ruim para Serra, com ele alcançando apenas 52,1% dos votos, o que é ridículo para um político da sua projeção e que sempre fez a sua carreira política em São Paulo, sua cidade natal. 

A verdade é que Alckmin prefere morrer do que ver Serra ser eleito prefeito de SP, pois sabe que, se isso acontecesse, Serra faria de tudo para se viabilizar como candidato a presidente da República, candidatura essa que, com certeza, Alckmin ambiciona, sim, se não em 2014, no mais tardar em 2018. 

Além disso, é claro que com Serra eleito prefeito o mesmo dividiria totalmente o PSDB paulista e, logo, enfraqueceria a liderança política e as ambições de Alckmin na disputa interna com Aécio pela candidatura presidencial. 


Outra coisa: 

Podem ter certeza de que Alckmin não esqueceu que, em 2008, quando Serra era governador, ele o traiu na cara-dura e apoiou Kassab, do DEM, para prefeito de SP. 

E quando tomou posse como governador, em 2007, Serra afastou do governo estadual TODOS os aliados de Akckmin, sem nenhuma exceção, mesmo que ocupassem cargos de '15º escalão'. Não ficou um aliado de Alckmin no governo estadual após a posse de Serra. Foram todos para a rua, sem dó e nem piedade. 

Assim, foram os próprios tucanos (leia-se Alckmin) que fortaleceram e ajudaram a candidatura de Celso Russomano a crescer tanto, com o claro objetivo de inviabilizar os planos de Serra de se eleger prefeito novamente. 

Recentemente, numa secretaria estadual, ocorreu uma reunião, envolvendo lideranças ligadas ao PTB paulista, e que foi realizada pelo 'número dois' da Secretaria de Justiça (e filiado ao PSDB) para declarar apoio à Russomanno. E o que Alckmin fez? Nada, é claro. 

Desta maneira, ao agir assim (ou melhor, ao não agir) ele sinalizou para os tucanos paulistas que eles estavam livres para 'cristianizar' Serra', ou seja, para abandonar a candidatura dele. 

Aliás, muitos tucanos declararam apoio para a candidatura de Gabriel Chalita (do PMDB, mas que mantém boas relações com Alckmin, como ele não cansa de dizer na propaganda eleitoral) e também não foram punidos por isso. 

E o próprio Serra não ajudou em nada quando obrigou o PSDB a se coligar com o PSD e com o PV (para o qual se bandearam muitos serristas após a vitória de Alckmin na eleição para o governo do estado em 2010) na eleição para vereador, o que fará com que os tucanos percam várias vagas na Câmara de Vereadores. 

Portanto, tudo isso demonstra, claramente, que Alckmin foi o grande responsável por, ao mesmo tempo, conseguir esvaziar e enfraquecer Serra e fortalecer a candidatura de Celso Russomanno. 

Com isso, Alckmin conseguirá, caso Russomanno seja o vitorioso da eleição,derrotar dois perigosos adversários para as suas ambições políticas, que não são pequenas: Serra, o inimigo interno; e o PT, o inimigo externo. 

E como Alckmin apoiou, 'por baixo dos panos', a candidatura de Russomanno, é claro que este saberá reconhecer, futuramente, que tem uma grande dívida com ele, Alckmin, e deverá retribuir o apoio recebido na próxima eleição, em 2014, ficando ao lado do governador paulista em sua eventual candidatura á reeleição ou à presidência da República. 

Assim, caso Serra deseje saber quem é o grande responsável pelo esvaziamento da sua candidatura que assim, contribuiu muito para a sua derrota nesta eleição, basta olhar na direção do Palácio dos Bandeirantes.  

por Marcos Donizete 

do blog Guerrilheiros do Entardecer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por respeitar este espaço livre e democrático e por comentar!