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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Com tecnologia de ponta, Embraer é o orgulho da indústria brasileira

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Empresa brasileira é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais e é apontada por especialistas como líder tecnológica no segmento até 120 passageiros. 

A recente abertura de duas fábricas da Embraer na cidade de Évora, no sul de Portugal, deverá resultar na criação de 600 empregos diretos e 1.200 indiretos. 

O investimento total da empresa brasileira é de 177 milhões de euros. Com as novas fábricas, Évora deverá se tornar uma referência internacional em tecnologia aeronáutica de ponta, avalia o jornalista especializado Jens Flottau. Ele lembra que a Embraer é uma referência mundial no setor. 

O novo modelo militar KC-390 deverá ser, ao menos em parte, construído nas novas instalações em Évora. 

Origens 

A Empresa Brasileira de Aeronáutica foi fundada por decreto em 1969, com o objetivo de implementar a produção em série de aviões no Brasil, um sonho do governo brasileiro desde a década de 40. 

Os benefícios seriam a criação de um setor industrial de alta tecnologia e a possibilidade de conectar as distantes regiões do país sem a necessidade de apelar para fornecedores estrangeiros. Em 1972, os primeiros aviões turbo-hélice para 12 passageiros do modelo Bandeirante começaram a sair da linha de montagem. 

O Bandeirante teve largo uso militar e civil desde o início e passou a ser exportado a partir de 1977. 

Privatização e crescimento 

Nos anos 80, as aeronaves regionais, como o modelo Brasília, passaram a ganharam importância. 

No final dos anos 80 e início dos 90, a empresa estatal passou por enormes dificuldades financeiras e quase fechou. Acabou sendo privatizada em dezembro de 1994. 

Naquela época já estava em desenvolvimento o ERJ 145, que fez seu voo inaugural seis meses mais tarde. "Esse foi o primeiro grande passo para que a Embraer viesse a ser a empresa que é hoje", afirma Flottau. 

"Naquele tempo não havia concorrência para o mercado de aeronaves desse porte." Dependendo da distribuição dos assentos, o ERJ 145 pode acomodar até 50 passageiros e é utilizado em rotas regionais. "Um grande salto foi dado em 1999, com a construção dos e-jets", diz Flottau. 

Essas aeronaves podem transportar de 70 a 120 passageiros em distâncias de até 2.400 km. O especialista em aviação Cord Schellenberg acompanha a evolução da Embraer com grande interesse. 

"Quem sabe um dia a Embraer poderá quebrar o duopólio da Airbus e Boeing", opina. A Boeing anunciou uma parceria com os brasileiros em abril passado. 

 Melhor que a concorrência 

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A única concorrentre direta da Embraer é a canadense Bombardier, que compete em dois segmentos com a empresa brasileira: aeronaves comerciais regionais, onde a empresa brasileira está na dianteira, e executivas, onde os norte-americanos estão em vantagem. 

Entretanto, Flottau diz que "os aviões da Embraer são simplesmente melhores: eles oferecem mais espaço, são mais econômicos e o E-195 é a primeira aeronave de seu porte com a qual é possível fazer pousos íngremes, no meio de uma cidade, como no caso do aeroporto London City". 

O chefe de gerenciamento de frota da Lufthansa, Nico Buchholz, afirma que os modelos da Embraer utilizados pela empresa aérea alemã, o E-190 e o E-195, se destacam principalmente em eficiência econômica e ambiental. 

"Os clientes elogiam sobretudo o conforto", completa. A Lufthansa utiliza 38 aeronaves da Embraer. Até o fim de 2013 serão mais seis. 

Símbolo da indústria brasileira 

A construtora de aviões é um dos orgulhos da indústria brasileira. 

"A Embraer mostrou ao mundo que o Brasil tem condições de produzir tecnologia de ponta", afirma Oliver Döhne, representante para o país da agência de comércio exterior German Trade and Invest. 

"Também por isso a empresa costuma ganhar apoio estatal do BNDES." Döhne ressalta que a opção pelo setor aeroviário não é puro acaso. 

"A aviação brasileira tem uma tradição centenária, iniciada com o pioneirismo de Alberto Santos-Dumont." 

Além disso, os custos de produção tem aumentado no Brasil nos últimos anos. "Diante desse cenário, é uma atitude inteligente investir em alta tecnologia, porque nesses mercados não é assim tão fácil de entrar. 

Na Europa, essa é uma prática usual há décadas." 

 Fonte: DW-De - Autor: Jan D. Walter (rc) - Revisão: Alexandre Schossler



POSTADO POR ALINA STEWART

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