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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

NO BRAZIL - A mídia como exército regular




Por João Brant, no jornal Brasil de Fato: 

Quando se analisa a ligação entre comunicação e política, a tendência é olhar para a cobertura do período eleitoral ou para os escândalos políticos. 

São, de fato, dois bons termômetros. 

Mas entre uma eleição e um escândalo há o noticiário do dia a dia, aquele que fala dos fatos de hoje que serão esquecidos depois de amanhã, mas que ajudam a consolidar o entendimento de cada um sobre o mundo. 

Não dá para falar de como os meios de comunicação contribuem para a disputa de hegemonia sem olhar para esse “varejo”. 

Quase todos os especialistas ouvidos pelos noticiários de televisão têm pensamento alinhado com o da emissora – em geral, liberal do ponto de vista econômico e conservador no campo político

Os mesmos nomes se repetem em várias emissoras, muitas vezes sem especialidade alguma sobre o assunto. 

Pois bem, escrevo esse texto no dia em que assisti a um programa de debates da Globo News sobre a situação política da Venezuela. 

Os três convidados tinham abordagens diferentes, mas todos em torno de um certo ponto de partida comum, que enxerga Chávez como um ditador e o chavismo como um fenômeno a ser derrotado. 

Nenhum deles ousou ao menos se perguntar por que será que o povo apoia Chávez e suas políticas. 

Já há mais de 15 anos que estudo os meios de comunicação e é evidente que essas coisas não me surpreendem mais, como não devem surpreender a nenhum leitor deste Brasil de Fato. 

Mas o problema está justamente aí. 

A exclusão de determinadas vozes do noticiário e dos raros programas de debate é tão comum que nós já naturalizamos este fato. 

Buscar a presença de diversidade e pluralismo nos meios de comunicação significa se irritar todos os dias com a ausência deles. 

Nestes casos, não é raro a resignação se tornar uma autodefesa. É claro que a experiência pessoal de cada um e os espaços alternativos de informação, em especial na internet, ajudam a contrabalançar este quadro. 

Mas o cenário ainda é muito desigual. 

Como avaliou outro dia o sociólogo Emir Sader, “eles têm o exército regular, nós só contamos com a guerrilha”. 

Postado por Miro

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