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domingo, 13 de janeiro de 2013

O Brasil que a Folha, o Estadão, O Globo e a revista Veja, não conhecem


AGRONEGÓCIO
Oásis agrícola Beneficiada por sua localização e pela ampla oferta de recursos hídricos, Cristalina, no Entorno do DF, se consolida como o maior PIB agropecuário do país. Cidade atrai investimentos milionários e registra desemprego próximo de zero



DIEGO AMORIM


Antônio Carlos Ramalho, agrônomo de uma empresa líder na produção de tomates:
Antônio Carlos Ramalho, agrônomo de uma empresa líder na produção de tomates: "Tudo por causa da irrigação"
Vista aérea de uma plantação na região de Cristalina: maior concentração de pivôs de irrigação do país (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)
Vista aérea de uma plantação na região de Cristalina: maior concentração de pivôs de irrigação do país

A 131km de Brasília, primeira cidade modernista reconhecida como patrimônio da humanidade, o município goiano de Cristalina se consolida como o maior polo de agronegócio do país. Na última década, a pacata cidade passou por uma verdadeira revolução e cresceu de maneira exponencial. No ano passado, o campo movimentou R$ 1,3 bilhão, um recorde histórico que coloca a cidade no primeiro lugar do ranking do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola em todo o país, superando outras localidades do Centro-Oeste e de Minas Gerais.
O potencial de Cristalina, no leste goiano, ainda causa surpresa. Nem as fotos tiradas por Judas Tadeu Medeiros da Silva, 28 anos, convencem os parentes, no interior do Rio Grande do Norte. “O povo é teimoso. Dá vontade de trazer todo mundo pra cá, pra eles verem isso aqui tudo de perto”, diz o potiguar, que, há três anos, trocou a seca nordestina pelo município goiano, onde não falta oportunidade de emprego.

Conhecida até pouco tempo como a terra dos cristais, que atraíam os gringos e garantiam a sobrevivência da cidade, Cristalina virou um paraíso agrícola. A cidade concentra hoje a maior área irrigada da América Latina, um dos segredos de sua produtividade. Na imensidão verde, 635 pivôs centrais permitem o cultivo de 36 culturas diferentes: assim, se planta e se colhe o ano inteiro, com pausas só nos feriados santos.

O clima e a altitude considerados ideais para o solo e os 240 rios e nascentes da região despertaram o interesse de produtores a partir da década de 1980. De lá para cá, fazendas se transformaram em impérios agrícolas e elevaram Cristalina ao topo do ranking do PIB do campo brasileiro, desbancando Petrolina (PE) e São Desidério (BA). Em cinco anos, a riqueza rural da cidade goiana mais que triplicou.

A divulgação dos números pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no fim do ano passado, chamou a atenção para um lugar onde a taxa de desemprego se aproxima de zero. Com tantas vagas disponíveis, a população cresceu 34% em apenas 10 anos. Dos atuais, cerca de 48 mil moradores, pelo menos 20 mil trabalham nas lavouras, que conseguem absorver mão de obra pouco qualificada e oferecem salário médio de R$ 1,5 mil.

Somente as plantações de alho, batata e cebola empregam 12 mil pessoas. Dois anos atrás, a notícia chegou a Colinas, no Maranhão, e fez o casal Antônio Ferreira, 32, e Ana Maria da Silva, 30, arrumar as malas. “Lá, o povo rala demais e não tem nada. Aqui, a gente rala também, mas tira alguma coisa”, compara ela. Juntos, os dois ganham mais que um professor em sua cidade natal. “Vamos fazer dinheiro e voltar”, planeja o ex-pedreiro.


Potencial
As perspectivas para os próximos anos são ainda mais animadoras. “Cristalina só utiliza metade do seu potencial de irrigação”, afirma o engenheiro agrônomo Renato Caetano, há 11 anos trabalhando no município. Os números do IBGE, referentes a 2010, já estão defasados. Na última safra, segundo dados do sindicato rural e das cooperativas, o PIB agropecuário local alcançou R$ 1,3 bilhão, quase o dobro do registrado no último levantamento oficial.

Da roça cristalinense, saem os principais itens da cesta básica do brasileiro e os grãos bilionários para a exportação. A região é a maior produtora de tomate do país, puxada pelos resultados da Goiás Verde, empresa cujo faturamento em 2012 atingiu R$ 500 milhões. “Tudo por causa da irrigação”, reforça o agrônomo Antônio Carlos Ramalho, 47, assessor da diretoria do grupo, que detém 10% dos pivôs da cidade.

A garantia de água, mesmo sem chuva, explica os altos índices de produtividade. Enquanto no Brasil se colhe, em média, 25t de batatas por hectare, por exemplo, em Cristalina esse volume sobe para 37t, quase 50% a mais. “Cada ano é melhor que o outro”, sustenta o gaúcho José Antônio Rietjens, 50, que em 2012 festejou colheita recorde de milho, ajudando a compor o faturamento de R$ 260 milhões da Cooperativa Agrícola Serra dos Cristais (Coacris), cifra 44% maior que a de 2011.


Tecnologia
Os pivôs captam água da chuva, de nascentes ou de rios e a distribuem de maneira uniforme e constante pelas plantações — geralmente dispostas em formato redondo. A tecnologia garante a realização de colheitas em períodos em que não há chuvas.

História
região foi descoberta no século 18, no auge da expansão mineradora que avançou pela então Capitania de Goiás. Em 1901, a vila ganhou independência de Luziânia (GO). Em 1916, foi elevada ao posto de município e, dois anos mais tarde, passou a se chamar Cristalina.
Postado por Helio Borba

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