A missão de Francisco
Maior desafio do novo pontífice é tirar a Igreja Católica da crise e levá-la para mais perto do povo
Primeiro jesuíta, e também latino-americano, a sagrar-se papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, pertence a uma ordem que se notabilizou por levar o catolicismo a regiões recém-descobertas, como as missões que catequizaram índios no Brasil e em países vizinhos.
Por isso, sua eleição sinaliza que a Igreja Católica fez uma clara opção: quer estar mais perto do povo, com menos pompa e mais trabalho de evangelização, à imagem e semelhança de seu novo líder.
Avesso à ostentação, Bergoglio trocou a vida em palácio por um apartamento simples, prepara a própria comida, deixou de lado motorista e carro oficial para andar de metrô e ônibus.
Não à toa, decidiu chamar-se Francisco.
Seria homenagem a São Francisco de Assis, que renunciou à vida mundana, virou frade e acabou liderando a renovação da Igreja à época.
Mas, para a Argentina, a eleição de Bergoglio é controversa.
Pesam contra ele, no país, denúncias de que colaborou no sequestro de dois jesuítas e de bebês durante a ditadura militar. Ele nega.
I - Retomar o dom evangelizador - O latino-americano Bergoglio precisa se voltar para os povos mais pobres e dar a eles a atenção especial que o Vaticano nunca ofereceu.
II - Reexaminar o papel da Igreja - João XXIII propôs um retorno em cinco séculos para que a Igreja fizesse um autoexame. Daí surgiu o Concílio Vaticano II.
III - Reformar a Cúria Romana - Espera-se que o novo pontífice acabe com as divisões internas e escolha assessores capazes de traduzir os anseios da comunidade.
IV - Restaurar a credibilidade - Escândalos como os do banco do Vaticano e do Vatileaks minaram a confiança na administração dos assuntos internos da Igreja.
V - Estancar a fuga de fiéis - Terá que recuperar o terreno perdido para os evangélicos e para o islamismo e conter a diminuição do catolicismo na Europa.
VI - Combater com rigor a pedofilia - As famílias e as vítimas de abusos sexuais cobram ações e respostas mais rápidas do Vaticano na apuração das denúncias.
VII - Conviver com a sombra de Bento XVI - Como há mais de 600 anos não acontecia, Francisco terá que reger seus fiéis com seu antecessor ainda vivo e influente.
Postado por Helio Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por respeitar este espaço livre e democrático e por comentar!