Por Altamiro Borges
Nesta sexta-feira, 19, o jornalista Nelson Motta anunciou o fim da sua coluna no jornal “O Estado de S.Paulo”.
Após demitir mais de 50 profissionais, a famiglia Mesquita deu início à redução do seu time de colunistas.
Nelson Motta, que escrevia no diário há cinco anos e que também faz seus comentários na TV Globo, foi a primeira vítima do desmonte do jornalão conservador.
Há algum tempo, o respeitado crítico musical resolveu se meter no debate político e disparar seus petardos contra as forças progressistas.
Num artigo recente, ele defendeu os monopólios midiáticos e atacou os setores da sociedade que lutam por uma regulação democrática da mídia.
Ele também acusou a blogosfera crítica de “relinchar” e “dar coices”.
Agora, porém, Nelson Motta recebeu um coice do Estadão. A vida é irônica!
Desde o início de abril, o jornal passa por traumáticas mudanças.
O veículo da famiglia Mesquita já afundava na crise há vários anos, colecionando dívidas com os bancos. Para sobreviver, o Estadão decidiu rebaixar ainda mais a sua qualidade, demitindo dezenas de jornalistas e enxugando os seus cadernos.
Segundo explicou Ricardo Gandour, diretor do diário e frequentador assíduo do Instituto Millenium, as medidas “se inserem na necessária e permanente gestão de recursos, imprescindível para a competitividade da nossa marca”.
Ele também afirmou que reestruturação visaria “revolucionar” o decadente diário.
Como ironizou um dos demitidos, em entrevista ao Portal Imprensa, “duro é receber e-mail do patrão dizendo que vai revolucionar o jornal botando todo mundo para fora”.
Há que afirme que o Estadão não conseguirá sobreviver a esta nova crise, trilhando o mesmo trágico caminho do seu irmão mais novo, o Jornal da Tarde, que faleceu no ano passado.
Muitos profissionais competentes e éticos serão demitidos.
Outros, mais realistas do que o rei, perderão espaço para os seus relinchos e coices!
Postado por Miro
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