do Brasil 247
O momento político brasileiro inspira cuidados.
Apenas para citar casos recentes, o Supremo Tribunal Federal já anulou várias decisões soberanas do Congresso Nacional, por meio de decisões liminares.
Luiz Fux, por exemplo, conseguiu, no ano passado, travar a votação do orçamento e congelar a decisão dos royalties do petróleo.
Celso de Mello agiu para que se evitasse a posse de deputados legitimamente eleitos.
Ontem, foi a vez de Gilmar Mendes, que, com uma canetada, anulou a lei aprovada pela Câmara dos Deputados, que restringe a criação de novos partidos políticos.
Sem entrar no aspecto político da discussão em si, sobre o casuísmo ou não do Congresso de impor amarras às novas legendas, agora que elas se situam fora da base governista, ao contrário do recém-criado PSD, a questão que se coloca é outra.
Afinal, para que serve o Congresso Nacional, com representantes eleitos pelo povo, se todas as suas decisões de nada valem diante da chamada supremocracia?
Na liminar, vazada para o blogueiro neocon Reinaldo Azevedo, o ministro Gilmar Mendes, atendendo a um mandado de segurança do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), justificou sua decisão com argumentos técnicos, mas também de natureza política.
“A aprovação do projeto de lei em exame significará, assim, o tratamento desigual de parlamentares e partidos políticos em uma mesma legislatura. Essa interferência seria ofensiva à lealdade da concorrência democrática, afigurando-se casuística e direcionada a atores políticos específicos”, argumentou.
“Observo que não se está a impedir a livre conformação legislativa. O que se pretende resguardar é a manifestação do Pleno do Tribunal acerca de sua fiel interpretação da Constituição e o tratamento isonômico, em uma mesma legislatura, de todos os atores e partidos políticos interessados, sob pena de violação aos princípios democrático, do pluripartidarismo e da liberdade de criação de legendas.”
Mendes ganhou o apoio do neocon Azevedo, que cravou um “na mosca” e fechou seu texto com um “é assim que se faz”.
A supremocracia também tem apoio explícito do jornal O Globo, que, em sua manchete de hoje condena um projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que submete ao crivo do Congresso decisões do STF.
Segundo O Globo, a Câmara deu o primeiro passo para tirar poderes do STF, quando, na verdade, o que ocorre é o oposto.
A suprema corte, no Brasil, já correu uma maratona para anular e humilhar o Congresso Nacional.
do Blog do Esmael
Defensor da “supremocracia”, ou seja, do império absoluto do Poder Judiciário e do enfraquecimento da política, o jornal O Globo noticia que a Câmara dá o primeiro passo para retirar poderes do STF; no entanto, a notícia mais forte do dia é a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, que anula uma decisão soberana da Câmara dos Deputados sobre a criação de novos partidos, conforme noticia a Folha; no momento atual do Brasil, cabe a pergunta: afinal, para que serve o Congresso Nacional? |
Apenas para citar casos recentes, o Supremo Tribunal Federal já anulou várias decisões soberanas do Congresso Nacional, por meio de decisões liminares.
Luiz Fux, por exemplo, conseguiu, no ano passado, travar a votação do orçamento e congelar a decisão dos royalties do petróleo.
Celso de Mello agiu para que se evitasse a posse de deputados legitimamente eleitos.
Ontem, foi a vez de Gilmar Mendes, que, com uma canetada, anulou a lei aprovada pela Câmara dos Deputados, que restringe a criação de novos partidos políticos.
Sem entrar no aspecto político da discussão em si, sobre o casuísmo ou não do Congresso de impor amarras às novas legendas, agora que elas se situam fora da base governista, ao contrário do recém-criado PSD, a questão que se coloca é outra.
Afinal, para que serve o Congresso Nacional, com representantes eleitos pelo povo, se todas as suas decisões de nada valem diante da chamada supremocracia?
Na liminar, vazada para o blogueiro neocon Reinaldo Azevedo, o ministro Gilmar Mendes, atendendo a um mandado de segurança do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), justificou sua decisão com argumentos técnicos, mas também de natureza política.
“A aprovação do projeto de lei em exame significará, assim, o tratamento desigual de parlamentares e partidos políticos em uma mesma legislatura. Essa interferência seria ofensiva à lealdade da concorrência democrática, afigurando-se casuística e direcionada a atores políticos específicos”, argumentou.
“Observo que não se está a impedir a livre conformação legislativa. O que se pretende resguardar é a manifestação do Pleno do Tribunal acerca de sua fiel interpretação da Constituição e o tratamento isonômico, em uma mesma legislatura, de todos os atores e partidos políticos interessados, sob pena de violação aos princípios democrático, do pluripartidarismo e da liberdade de criação de legendas.”
Mendes ganhou o apoio do neocon Azevedo, que cravou um “na mosca” e fechou seu texto com um “é assim que se faz”.
A supremocracia também tem apoio explícito do jornal O Globo, que, em sua manchete de hoje condena um projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que submete ao crivo do Congresso decisões do STF.
Segundo O Globo, a Câmara deu o primeiro passo para tirar poderes do STF, quando, na verdade, o que ocorre é o oposto.
A suprema corte, no Brasil, já correu uma maratona para anular e humilhar o Congresso Nacional.
do Blog do Esmael
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