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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Descanse em paz, Roberto Civita



Morreu Roberto Civita. Morreu de câncer, ainda que a mídia demo-tucana não diga. 

E não diz porque não pode, ou porque dizer envolve uma lição de vida que a deprecia. 

A lição? Ora, não comemore o sofrimento de seus inimigos porque a fragilidade humana nos une a todos. 

Minha hora chegará, como chegou para Civita. Porém, estou tranquilo. 

Enquanto ele esteve doente eu jamais fiz o que ele fez com Lula através de seus blogueiros e colunistas amestrados, que ironizaram a doença do ex-presidente e deram curso a uma onda de frases hediondas que comemoravam seu câncer, hoje tido como curado. 

Reinaldo Azevedo, um dos autômatos de Civita, foi particularmente cruel ao mandar o ex-presidente se tratar no SUS por ter elogiado o sistema durante seu governo. 

Quantos outros políticos elogiaram as próprias obras na saúde pública e jamais foram alvo dessa ironia? 

O ex-tucano Mario Covas, por exemplo, elogiou a própria obra na saúde pública quando era governador de São Paulo e nem por isso a Veja e assemelhados o mandaram se tratar no SUS paulista. E muito menos o PT, que se solidarizou com ele. 

Todos aqueles que não perdoaram Lula nem quando estava tão fragilizado, ainda que eu não acredite nisso deveriam refletir sobre a morte recente daquele que pagava o tal Azevedo para fazer coisas como aquelas – digo “pagava” porque, agora, não paga mais nada, ao menos nesta vida. 

Não se comemora a doença ou a morte de semelhantes. 

Falar mal de Civita por sua obra à frente de seu império editorial, neste momento, não é a minha praia. Este é um momento de dor para os seus familiares. 

Contudo, falar sobre como ele tratou o sofrimento de seus inimigos políticos faz todo sentido – e, como se sabe, o que faziam e continuam fazendo seus hoje ex-empregados era e é produto de sua visão de mundo, enquanto estava nele. 

Mas a morte do ex-barão da imprensa tem um sentido mais amplo. 

Civita foi um homem tido como muito poderoso, do alto de seus bilhões de dólares e de seu império descomunal. 

Contudo, não queiram ver como todo esse poder se tornou nada, ao fim. Não é bonito ver um ser humano agonizar, mas é necessário. 

Só assim nos damos conta do que somos, ou do que não somos. 

E o que nenhum de nós jamais será é “poderoso”, pois Poderoso só é Deus, para quem acredita Nele como eu. 

E, para quem não acredita em Deus ou deuses, ninguém é poderoso. 

Somos todos seres frágeis como uma flor ou um fio de cabelo. Falíveis, débeis, assustados com a nossa própria debilidade humana e com a nossa ínfima pequenez diante do desconhecido, ainda que alguns de nós queiram passar uma ideia diferente. 

Lamento, porém, a morte de Civita. 

Tinha muitas críticas a lhe fazer e, agora, não tenho mais simplesmente porque ele deixou de existir. Posso criticar a obra, mas não o autor. Ele está fora do alcance de mortais como eu ou você que me lê. 

Descanse em paz, portanto, Roberto Civita. 

do Blog da Cidadania

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