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terça-feira, 18 de junho de 2013

O Povo não é Bobo

Marco Aurélio Mello 

Em São Paulo, a concentração se deu no Largo da Batata. 

Para quem não conhece a cidade, o largo fica no início da Rua Teodoro Sampaio, uma importante ligação entre a Cidade Universitária e a Faculdade de Medicina da USP, na Av. Dr. Arnaldo, bem "na cara" da Av. Paulista. 


Já no ponto de partida, o repórter Caco Barcellos, um dos mais respeitados jornalistas da TV Globo em atividade e, talvez por isso, escalado por Ali Kamel para cobrir o evento, foi expulso com sua equipe do local, não pelo que ele representasse, mas pelo amargo significado que tem o logotipo que ele ostentava no cubo que vai acoplado ao seu microfone.


A Globo se defendeu.




A expectativa era a de que a marcha convocada na semana passada seguisse em direção à região central. 

Por isso, a maior parte do efetivo policial ficou concentrada no bairro de Pinheiros e adjacências, onde estava o ponto de partida, e em toda a subida, até a mais paulista das avenidas. 

Só que ninguém esperava que o grupo se dividisse e marchasse em três frentes, uma parte em direção à Paulista, outra pela a Av. Faria Lima, em direção à zona Sul e mais uma em direção à Marginal do Rio Pinheiros, também sentido zona Sul. 

Na altura da ponte Cidade Jardim, havia a expectativa de que os manifestantes entrassem à direita e rumassem para o Palácio do Governo, no Morumbi. Só que, surpreendentemente, eles seguiram em direção à zona Sul, mais precisamente no sentido do bairro do Brooklin, que é onde está a sucursal paulistana da TV Globo. 

Enquanto isso, o grupo que seguia pela Av. Faria Lima, entrou pela Av. Luis Carlos Berrini, também em direção à Globo. Por volta das 20h30 eles estavam diante da sede da emissora, só que sobre a Ponte Estaiada. 

Foi quando a manifestação atingiu seu ápice. 

Aglomerados sobre os dois braços do novo monumento da cidade, todos entoaram o hino nacional. 

Muitos gritavam palavras de ordem, como: o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo. 

Um sinal de que o descontentamento passa, não só pela forma como os governos agem, em benefício próprio, mas como a mídia perpetua as desigualdades sociais, quando cede aos seus próprios interesses, ou aos de seus patrocinadores.

Amedrontados, muitos assistimos pela TV, com o temor de que o "espírito de corpo" rompesse com o sentimento de civilidade e explodisse em cenas de fúria, vandalismo e destruição.

Mas por incrível que pareça, sem Tropa de Choque e sem Rota, desta vez, o que se viu foi a mais autêntica e pacífica manifestação de cidadania. 

São Paulo deu uma lição ao país, ao governador, ao prefeito e à maior emissora de TV do Brasil. 

E o recado foi claro: ou mudamos a maneira como fazemos política e democratizamos o acesso à informação, ou a insatisfação só tende a aumentar, e aí, bem amigos, aí ninguém garante. Desculpem o transtorno, estamos mudando o Brasil! 

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Postado há 4 hours ago por René Amaral

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