A triste história de médicos brasileiros, estrangeiros em seu próprio país
5 de setembro de 2013 | 20:33
Deprimente a reportagem de O Globo sobre o comportamento de alguns dos médicos que, livremente, se inscreveram às vagas do “Mais Médicos”.
Muitos não foram ao trabalho. Alguns já apareceram com a proposta de trabalhar um dia por semana, em lugar das 40 horas (32 de trabalho e oito de especialização) pelas quais assinaram contrato.
A coordenadora da atenção básica e vigilância em Saúde do município (de Mesquita, na Baixada Fluminense), Gláucia Araújo Almeida, considerou uma ‘proposta indecente’ um médico oferecer apenas um dia de trabalho para ganhar um salário de R$ 10 mil, e admitiu a possibilidade de estar havendo um boicote ao programa:
— Acho que eles não leram o edital, eles já chegam com proposta indecente. Dois médicos chegaram falando que não podem trabalhar como médicos generalistas, apesar de o programa abrir vagas para a atenção básica. Uma ginecologista só queria atender na especialidade dela e só tinha um dia para me oferecer. O outro era psiquiatra e também só podia atender um dia e meio. Ele chegou perguntando ‘não precisam de psiquiatra?’, e eu respondi: ‘não pelo Mais Médicos’. Deve ter rolado um boicote (das corporações médicas ao programa).
É para agir assim que não se quer admitir a presença de médicos estrangeiros?
Enquanto a formação de médicos se der com o elitismo que tem hoje, não haverá saída.
Há algo doentio neste país que não é apenas o estado fìsico das populações abandonadas.
Ou será que se considera “escravo” quem tem de trabalhar ganhando R$ 10 mil, oito horas por dia,um quarto disso estudando?
A mercantilização da medicina fez mais mal a este país do que afastar o povo dos médicos.
Afastou os médicos do povo.
E da humanidade.
do Blog O Tijolaço
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