REGULAÇÃO DA MIDIA,JÁ!

REGULAÇÃO DA MIDIA,JÁ!
PARA ACABAR COM O MONOPÓLIO

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Eike Batista, o bilionário-celebridade


A quebra da OGX de Eike Batista era pedra cantada e foi a maior concordata da história do país. 

Em 2010, suas ações valeram R$ 23,27. 

Para desencanto de 52 mil acionistas e algumas dezenas de diretores da grande banca pública e privada, saíram da Bolsa a R$ 0,13. 

Todo mundo ganhará se disso resultar algum ceticismo em relação à exuberância irracional da cultura das celebridades poderosas. 

Nela, juntam-se sábios da banca que se supõem senhores do Universo e autoridades que se supõem oniscientes. Admita-se que um vizinho propõe sociedade num empreendimento. 

Ele é um homem trabalhador, preparado, poliglota, esportista e bem sucedido. Apesar disso, expôs sua vida pessoal mostrando que tem um automóvel de luxo na sala de estar, comunica-se em alemão com o cachorro (o bicho chegou ao Brasil num Boeing privado, com dois treinadores). 

Sua mulher desfilava numa escola de samba com uma gargantilha onde escreveu o nome dele e deixou-se fotografar de baixo para cima usando lingerie transparente. 


Nomeou para a diretoria de uma de suas empresas um filho que declarou só ter lido um livro em toda a vida. Revelou que estava ligado em astrologia, confiando no seu signo (escorpião), e disse coisas assim:

“Tenho alguma coisa com a natureza. Onde eu furo, eu acho”. Quando suas contas começaram a ter problemas, defendeu-se: “Meus ativos são à prova de idiotas”. 

Tem jogo? Eike tornou-se uma celebridade, listada por oráculos da imprensa financeira como o homem mais rico do Brasil, oitavo do mundo e anunciou que disputaria o primeiro lugar. 

Até junho, quando as ações da OGX estavam a R$ 1,21, sentavam-se em seu conselho de administração figuras respeitáveis como o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e a ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie. 

Lula visitava seus empreendimentos. A doutora Dilma Rousseff dissera que “Eike é o nosso padrão, a nossa expectativa e, sobretudo, o orgulho do Brasil quando se trata de um empresário do setor privado”. Quem entrou nessa, micou, inclusive a doutora. Em seus delírios, Eike Batista criou uma fantasia que pouco tem a ver com a real economia brasileira, ou com as bases dos setores de petróleo, mineração e infraestrutura. 

Parte do mico ficou para os gênios da banca internacional. 

Cada um acreditou no que quis e deu no que deu. Falta de exemplos, não foi. Para falar só de grandes empresários que já morreram, a austeridade foi a marca de empreendedores como Augusto Trajano de Azevedo Antunes, que criou a mineradora Icomi, Leon Feffer, criador da Suzano Papel, e Amador Aguiar, pai do Bradesco. Não foram celebridades. 

Descontando-se o fato de que “seu” Amador não usava meias, não tinham folclore. 

Elio Gaspari

do Blog do Briguilino

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por respeitar este espaço livre e democrático e por comentar!