Por Altamiro Borges
Nesta semana, duas notícias confirmaram a grave crise vivida pela mídia tradicional nativa.
A revista Época, das Organizações Globo, fechou a sua edição paulista e demitiu toda a sua equipe sem dó nem piedade.
Já o Grupo Abril confirmou a venda da MTV-Brasil para o Grupo Spring, que edita as revistas Rolling Stone e América Economia e pertence a José Roberto Maluf, ex-vice-presidente do SBT e da Rede Bandeirantes.
Os dois impérios midiáticos, que esbanjam tanto poder, até tentaram disfarçar o corte na própria carne.
A editora Globo informou que a extinção da Época/SP era apenas um “ajuste editorial” e negou que promoveria demissões.
Na sexta-feira (20), porém, o Portal Imprensa “apurou que os profissionais que atuavam na revista foram encaminhados ao departamento de recursos humanos e demitidos.
Os cortes valem a partir de 2 de janeiro de 2014. Ao todo, oito pessoas foram atingidas pelas mudanças no periódico. Somente dois funcionários foram poupados do corte”.
Na fria e cínica linguagem empresarial, o diretor-geral da corporação, Frederic Kachar, explicou a drástica medida.
“Com isso, pretendemos nos adaptar às atuais condições do mercado anunciante e concentrar nossas energias e esforços para manter a saúde e a rentabilidade das nossas marcas... Agradecemos a toda a equipe que tem produzido Época São Paulo, liderada pelo diretor de redação Celso Masson, pelo competente e valioso trabalho desenvolvido até hoje”.
Os jornalistas demitidos, que prestaram tantos serviços ao grupo, devem ter ficado emocionados!
Uma semana antes, a Época/SP havia publicado uma capa tendenciosa sobre os corredores de ônibus na capital paulista com o nítido objetivo de desgastar o prefeito Fernando Haddad (PT).
A “reporcagem” foi rechaçada pelo sítio “Cidade Para Pessoas” e gerou reação nas redes sociais, com duras críticas à visão elitista da revista.
O autor da matéria, o mesmo Celso Masson, até tentou defender “os princípios editoriais” da publicação da famiglia Marinho, que agora não existe mais.
Baita ironia do destino!
No caso da venda da MTV-Brasil, a Abril divulgou o comunicado na quarta-feira (18).
A emissora já vinha sendo desmontada há meses, mas não conseguia compradores. O Grupo Spring ainda não informou o que pretende fazer com o canal. Segundo Daniel Castro e Paulo Pacheco, do sítio Notícias da TV, “o valor do negócio também não foi divulgado, mas especula-se que ficou próximo de R$ 200 milhões.
No mercado, circula a informação de que a Abril queria R$ 500 milhões pela concessão e retransmissoras, um valor considerado muito alto”.
A operação da venda ainda terá de ser aprovada pelo Ministério das Comunicações e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A crise na emissora era grave.
“Com dificuldades financeiras para operar a MTV, o Grupo Abril devolveu a marca para o grupo norte-americano Viacom em 30 de setembro.
Desde 1° de outubro, o Grupo Abril passou a reprisar no canal da MTV programas da extinta TV Ideal, sobre o mundo corporativo. E a Viacom relançou a MTV, agora como canal de TV por assinatura”.
Postado por Miro
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