Transmissão de sessões do STF afeta julgamentos, diz Barbosa Em Paris, ministro critica também cobertura jornalística da corte
GRACILIANO ROCHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
Em uma conferência para cerca de 200 juristas e acadêmicos em Paris, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse que a superexposição nas transmissões ao vivo contamina os julgamentos da corte.
No discurso, em francês, afirmou que a lei que criou a TV Justiça foi "imperativo democrático" e que as transmissões reforçam a transparência.
Mas, em seguida, citou "brechas": favorecer a falta de objetividade dos magistrados e dificultar a deliberação baseada no diálogo entre eles.
A conferência de Barbosa, em colóquio no Conselho Constitucional (equivalente francês do STF), foi sobre a influência da publicidade sobre a racionalidade das decisões.
No seu diagnóstico, ele expressou incômodo com o tom da cobertura jornalística.
Para Barbosa, a imprensa brasileira privilegia a cobertura das relações entre os ministros em detrimento das decisões.
"Se a transparência é democraticamente desejável e essencial, é necessário combinar com decência e moderação", disse.
"A decência dos jornalistas de se concentrar nas questões jurídicas e não nas questões pessoais. E a moderação dos ministros para que o colegiado triunfe sobre a individualidade."
Após a conferência, Barbosa disse a jornalistas que o advogado do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) cometeu "grosseria preconceituosa" ao acusá-lo de estar dando um "rolezinho em Paris".
Em entrevista ao jornal "O Globo", Alberto Toron criticou o ministro por ter viajado sem ter assinado o mandado de prisão do petista.
do Blog Ficha Corrida
Engraçado! Até onde me lembro, sempre usamos a palavra "rolé" para denominar o ato de irmos dá uma voltinha em algum lugar e nunca tivemos problemas por isso. Ao meu ver, quem está sendo preconceituoso é ele (Joaquim Barbosa). Sua afirmação confirma que para ele "rolezinho" é coisa de pobre, ignorante e favelado, imagem passada pela impressa. Aposto que se fossem os filhos da classe média alta que resolvessem fazer o mesmo, ele se sentira honrado com a associação e a impressa, aplaudiria. Muita gente nem sabe o que é racismo. Se um negro for chamado de "negro safado", diz que foi vítima de racismo, mas se for "negro lindo", sente-se vaidoso, então, não é a palavra negro que denota racismo e sim a que vem depois, a ocasião, o tom, etc..
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