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sábado, 5 de julho de 2014

Sobre o artigo do Financial Times que diz que o Brasil já ganhou a Copa



Paulo Nogueira, Diário do Centro do Mundo 

"Um artigo do Financial Times circula nestes dias pela internet. O título é: “O Brasil já ganhou a Copa”. Ao contrário de textos do FT críticos à política econômica do governo, este não é objeto de exaustiva repercussão na mídia e seus comentaristas. 

Regra número 1: a mídia repercute apenas notícias negativas, numa seleção minuciosa que não admite exceções. O artigo do FT sublinhava o que já é de amplo conhecimento: a Copa foi um triunfo. A extraordinária surpresa se deveu menos aos fatos, em si, e mais à campanha feroz movida pela imprensa. 

Num dos momentos apoteóticos dessa campanha, Jabor disse que o Brasil mostraria sua incompetência em organizar um evento de tal magnitude. Mesmo jornalistas de outra natureza que não a de Jabor se deixaram contaminar pelo sentimento apocalíptico. 

Poucas semanas antes da estreia do Brasil, depois de visitar o Itaquerão num jogo do Corinthians, Juca Kfouri previu, na ESPN, o caos. 

O Financial Times falou naquilo que todos sabem: os brasileiros são um povo encantador. O francês rosna para você. O inglês ignora você. O brasileiro sorri e dá um tapa nas suas costas. 

Para os jornalistas estrangeiros, e os turistas, cobrir a Copa nas cidades com praias foi uma experiência única.

“A Copa tem que ser sempre no Brasil” foi uma frase várias vezes repetida. 

Também para os jogadores estrangeiros o Brasil foi, em geral, uma festa. Viralizou um vídeo em que futebolistas alemães torciam num hotel, ao lado de brasileiros, na disputa de pênaltis entre Brasil e Chile. O ganho em termos de imagem para o Brasil é inestimável. 

A “publicidade” gratuita que a mídia internacional deu ao país com seus textos e vídeos não tem preço. 

Não é que o Brasil tenha passado por uma metamorfose súbita na Copa. É que a mídia, já faz um bom tempo, retrata um país que não existe. É a Banânia, uma terra da qual devemos todos nos envergonhar. 

Segundo a mídia, somos corruptos, somos infames, somos linchadores, somos violentos, somos canalhas, somos ignorantes. Falta alguma coisa? Ah, sim: somos feios. 

O Brasil monstruoso da mídia não é, evidentemente, uma obra do acaso. 

O objetivo é convencer os incautos de que, com outra administração, viraremos um paraíso, mais ou menos como o Brasil que a Globo mostrava na ditadura militar. 

Ou, tirados os exageros, como o Brasil sob a ótica dos jornalistas, turistas e jogadores estrangeiros que vieram para a Copa. 

O país tem desafios monumentais para se tornar uma sociedade avançada, é certo. Os extremos de opulência e miséria ainda são intoleráveis, a despeito da redução da desigualdade verificada nos últimos anos. 

Um “choque de igualdade” tem que percorrer o país. Mas não somos a Banânia da mídia. 

Melhor: a Banânia está representada apenas numa área. Na própria imprensa. 

A mídia brasileira é, em si, a Banânia que, ardilosamente, ela finge que o Brasil é."

do Blog Brasil!Brasil!

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