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domingo, 24 de agosto de 2014

A hegemonia conservadora em São Paulo! - por Marcos Doniseti!



São Paulo nunca elegeu um único governador de esquerda em toda a sua história. 

O mais progressista foi, sem piada, Franco Montoro, um político moderado e centrista (e que na década de 60 foi do pequeno e moderado PDC, Partido Democrata Cristão), que até fez um bom governo (principalmente levando-se em consideração o caos administrativo e financeiro que herdou do governo Maluf), mas que nunca foi de Esquerda.

Isso acontece porque São Paulo é o principal feudo político, eleitoral, econômico, cultural e ideológico da retrógrada burguesia brasileira, que ainda tem uma mentalidade essencialmente escravocrata


Afinal, a imensa maioria da mesma era de antigos proprietários de escravos. E as chamadas classes médias surgiram e se desenvolveram no estado como forças auxiliares ou dependentes dos Senhores Escravocratas. 

E esse processo vem, pelo menos, desde que o café transformou São Paulo no estado mais rico e populoso do país.


A concentração da produção industrial brasileira no estado (inclusive sob os governos de Vargas e JK, embora tal concentração venha desde o início da industrialização do país) reforçou ainda mais esse poder dos segmentos mais conservadores da sociedade paulista.

Aliás, mesmo Getúlio Vargas, somente conseguiu ser vitorioso no estado de SP, na eleição presidencial de 1950, porque fez uma aliança com o principal político do estado, que era Adhemar de Barros. O acordo previa que, em 1955, Vargas apoiaria a candidatura presidencial de Adhemar. E em 1950, um político do PSP adhemarista (Café Filho) foi colocado na chapa de Vargas, como candidato a Vice-Presidente.

Assim, não é nenhum pouco surpreendente que os valores, ideias e princípios dominantes no estado sejam todos conservadores. Mídia, Economia, Justiça, Ministério Público, Polícias, a imensa maioria dos governos municipais, a Assembleia Legislativa e as Câmaras Municipais estão todos sob o controle das forças mais conservadoras do estado. 




E duvido que isso vá mudar.

Mas não vamos culpar Padilha por isso, embora ele e o PT paulista também acabem se adaptando ao arraigado e hegemônico conservadorismo paulista, como o Breno corretamente apontou em seu texto.

Isso tem causas históricas e já era uma realidade mais do que consolidada no estado muito antes do PT existir ou até do Padilha nascer, tanto que até Vargas teve que se compor politicamente com a burguesia hegemônica e conservadora do estado para vencer em 1950.

Atualmente, a maior força política e eleitoral do estado de SP é o anti-petismo (mesmo com o PT paulista sendo um partido moderado) e para impedir que o mesmo venha a ganhar a eleição para o governo do estado, os conservadores paulistas (que estão presentes em todas as classes sociais, sendo dominante mesmo entre as classes médias intermediária e baixa e até entre os mais pobres) se unem totalmente na hora de derrotar o PT.


E nesta eleição para o governo do estado, me parece que essa união dos segmentos conservadores de SP se fortaleceu devido à perspectiva de uma provável reeleição de Dilma e da vitória de Haddad na capital paulista em 2012.

Aliás, a vitória de Haddad somente foi possível devido ao voto maciço que o mesmo recebeu nas periferias da capital, pois se dependesse dos votos das regiões onde predominam a classe média e intermediária da cidade, Serra teria sido o eleito.

O mesmo acontece em outras grandes cidades do estado onde o PT é forte (Campinas, Guarulhos, Osasco, Santo André, S.Bernardo do Campo, Diadema, Mauá, etc). As vitórias petistas sempre se concentram nos bairros e regiões mais pobres e periféricas das principais cidades industriais do estado e onde há uma forte tradição de lutas políticas populares, principalmente (mas não apenas) do movimento sindical.


Já nas regiões do interior do estado de SP, onde a produção industrial é menor e a dependência do agronegócio e da pecuária de grande porte é muito maior, o PT também é minoritário e as forças conservadoras predominam até com certa facilidade.

E também quero chamar a atenção para o fato de que mesmo nas eleições presidenciais, mesmo Lula ou Dilma jamais venceram uma eleição no estado de SP. 


Desde 1989, quando Collor e Maluf foram os mais votados no estado, que nenhum candidato de Esquerda conseguiu vencer uma eleição presidencial em São Paulo. Ele até consegue vencer em algumas cidades industriais que possuem uma classe trabalhadora com tradição de luta e nas periferias das mesmas, onde se concentra a população de menor renda. No estado, não.

Então, me parece que será necessário muito mais do que um racionamento de água para se poder derrotar o PSDB no estado de SP. Até porque, depois do colapso do malufismo e do quercismo, os tucanos colocaram praticamente todas as principais forças conservadoras do estado sob as suas asas.

Então, não quero ser pessimista, mas será muito difícil derrotar Alckmin nesta eleição.

Infelizmente.


do Blog Guerrilheiros do Entardecer

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