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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

'Podemos, com desobediência civil, participar das decisões', diz Chico César sobre escolas

Após fazer show gratuito a alunos da escola Fernão Dias Paes, músico disse que os cidadãos podem mudar o rumo das coisas em manifestações organizadas. Domingo foi de muitas atividades nas ocupações.
23/11/2015

 
 Escola Fernão Dias, ocupada pelos estudantes | Foto: Laura Viana
O domingo (22) foi de muitas atividades nas escolas ocupadas por estudantes paulistas contra a proposta de reorganização escolar do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que prevê o fechamento de quase uma centena de escolas e a reestruturação de outras que vai afetar a vida de milhares de alunos.
Na Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste da capital, ocupada desde o último dia 10, os alunos receberam a visita do músico Chico César neste domingo. Ele foi convidado por uma amiga professora a cantar e, aproveitando uma brecha na agenda de shows, esteve lá, onde também gravou um vídeono qual faz uma reflexão sobre o movimento e conclama outros a colaborar.
"Acho importante os artistas, as pessoas, os professores que puderem vir aqui doar aulas, dar uma oficina, um curso, alguma coisa. Posso contribuir desse jeito, vir tocar. Doei uma coisa que sai da minha alma, que é minha música, do meu coração. O público nos dá tanto, que sempre que a gente puder ir trocar graciosamente, sem a presença da grana... Sabe, nem tudo é grana nessa vida. Aliás, as coisas mais importantes não podem ser compradas, podem ser compartilhadas, dadas assim."
Questionado sobre qual lição os estudantes deixam para a sociedade com as ocupações que já se aproximam de 100 escolas no estado, Chico César disse: "Eu acho que os estudantes dizem para todos nós: 'olha gente, é possível, nem tudo depende dos governos', o governo é quem decide, o Judiciário é quem decide, não, quem decide somos nós'."
Para o músico, o cidadão tem um "poder incrível" e poder mudar o rumo das coisas.
 "Acho que essa é a lição, mostrar que todos nós temos poder, que nós podemos participar, mudar o rumo das coisas. Muitas coisas chegam pra nós como se já estivesse tudo certo e pronto e que você só deve cumprir. Não é assim, nós podemos através da desobediência civil, das manifestações organizadas, participar das decisões. Isso vai influenciar o futuro de muita gente."
Na Caetano de Campos, na Consolação, região central da capital, os alunos que ocupam a escola desde quarta-feira (18), marcaram almoço comunitário neste domingo para explicar o projeto de Alckmin.
Na Gavião Peixoto, em Perus, zona norte da capital, ocupada desde a última quinta-feira (19), os alunos realizaram uma assembleia com a comunidade também para explicar a motivação do movimento.
Na Pequeno Cotolengo de Dom Orione, em Cotia, na Grande São Paulo, ocupada há dois dias, os alunos receberam a professora de História Anna Figueiredo, que se voluntariou a dar aulas na ocupação.
Já na Comendador Miguel Maluhy, na Vila Nair, zona sul da capital, ocupada desde o dia 13, foi realizada uma reunião das escolas mobilizadas da região, com o intuito de organizar o movimento na periferia.
Além de outros apoios já recebidos de várias regiões do país, os secundaristas de Joinville deliberaram em congresso neste domingo total apoio à luta dos estudantes paulistas.
Ontem, os alunos que ocupam desde o dia 17 a Stela Machado, na cidade de Bauru, no interior paulista, fizeram aulas de condicionamento físico com o mantra do movimento: "Não tem arrego!".
"Aqui em Agudos, na escola estadual Padre João Batista de Aquino, a população está nos ajudando muito nessa luta. Queria agradecer por todas as doações de alimentos e produtos de limpeza e higiene", postaram ontem na página Não Fechem Minha Escola, no Facebook, os estudantes, que ocupam desde quinta-feira a escola de Santo Antonio-Agudos, na região de Bauru.
Expectativa
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo vai retomar segunda-feira (23) a audiência de conciliação entre representantes dos alunos e do governo do estado. 
Na quinta-feira não houve acordo, pois os estudantes querem que Alckmin cancele a reorganização e que o projeto seja discutido nas escolas durante todo o ano de 2016. 
O secretário da Educação, Herman Voorwald, rejeitou a proposta. A sessão foi suspensa para que as partes revissem suas posições.
Os alunos deixaram o Tribunal avisando que as ocupações não acabarão até que Alckmin ceda. 
A Justiça suspendeu qualquer ordem de reintegração de posse e com isso as ocupações seguem aumentando. 
O balanço divulgado ontem pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial (Apeoesp) registrava 87 ocupações no estado. Cinco delas já haviam sido desocupadas.


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