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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Matéria foi exibida a partir de fevereiro de 2011 pela TV Bandeirantes, no Jornal da Band.

Globo dá como exclusiva matéria premiada da Band





“Emissora carioca exibe reportagem sobre fraudes em bombas de gasolina, clonada de matéria da Band; história que rendeu menção honrosa do Prêmio Esso 2011 à emissora de Johnny Saad ressurge no Fantástico como inédita; saiba os bastidores


Brasil 247


“Uma reportagem especial exibida pelo Fantástico, nesse domingo, ganhou menção honrosa, em dezembro de 2011, do Prêmio Esso, a mais antiga e tradicional láurea do jornalismo brasileiro. Mas como pode uma reportagem antecipar-se a si mesma, e ganhar um prêmio antes mesmo de ser concebida? Estaremos loucos? Ou a famosa “dobra temporal”, de Einstein, teria enfim se confirmado pelo atalho do jornalismo? 


Nem um, nem outro: trata-se de um rematado exemplo da famosa “Da Recortagem Local”: a reportagem especial do Fantástico, sobre fraudes em bombas de gasolina, na verdade foi clonada, como mau combustível, da original: que foi exibida a partir de fevereiro de 2011 pela TV Bandeirantes, no Jornal da Band.


O Fantástico, triunfalmente, narrou ontem que era a primeira vez que uma denúncia assim ia ao ar na TV brasileira: OK, afinal a festa é sua, é de quem quiser.


E, por falar em mentiras, verdade seja dita: quem produziu a reportagem do Fantástico foi o mais premiado jornalista da TV brasileira: Eduardo Faustini, de resto o principal membro da equipe da qual participava o finado Tim Lopes. O Brasil 247 apurou que Faustini, reconhecido até na CNN pela sua expertise em infiltrações, foi forçado pela direção da Globo a cumprir uma pauta tão requentada quanto o café do morro Dona Marta.


Faustini sabe onde pisa: foi ele que se fez passar como secretário municipal de uma prefeitura carioca, há alguns anos, e filmou toda a oferta de propina que recebeu. Levou um Esso, também para o Fantástico.


O ano de 2012 marca os dez anos do assassinato de Tim Lopes, ex-companheiro de equipe de Faustini. 


A Globo teme que em junho, quando completam-se dez anos do assassinato de Tim, surja algum livro especulando que ele tenha sido induzido pela emissora a voltar várias vezes ao mesmo local: onde investigava criminosos, que o acabaram identificando e matando.


Da mesma forma que a pressão por furos levou Tim Lopes à morte, agora a pressão por “exclusividade”, mesmo que clonada, conduziu o maior produtor brasileiro, Eduardo Faustini, a um erro -- que ele, conhecedor de tudo que é, jamais teria cometido caso não tivesse sido pressionado pela emissora.


E o pior: o telespectador da Globo ficou privado de saber que o repórter especial da TV Bandeirantes, Rodrigo Hidalgo, é o autêntico autor do furo sobre o tema, que lhe rendeu o Prêmio Esso, há um mês. 


Assista aqui  à reportagem original de Rodrigo Hidalgo, ganhador do Esso, exibida em fevereiro de 2011. E compare aqui  a clonagem das bombas de combustível exibida neste domingo, 8 de janeiro de 2012, pelo Fantástico.”







ENVIADA POR: NOGUEIRA JUNIOR

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