Júlio Gardesani, via ABCD Maior
O PSDB escolheu São Bernardo como laboratório para lavagem de dinheiro e pagamento de propina durante as privatizações promovidas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu então ministro, José Serra, na década de 1990.
O livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., A Privataria Tucana, aponta como o primo de Serra, Gregório Marín Preciado – que comprou três estatais durante as privatizações –, adquiriu, em 1993, empréstimo de R$2,5 milhões na agência Rudge Ramos do Banco do Brasil, em São Bernardo (foto). A dívida não foi paga; na verdade, ela foi perdoada por Ricardo Sérgio de Oliveira, então diretor do BB e também tesoureiro das campanhas de Serra.
A reportagem do ABCD Maior procurou os três pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Bernardo para comentar o assunto: o deputado federal William Dib e os vereadores Hiroyuki Minami e Admir Ferro. Apenas Dib, por meio de nota, se pronunciou. “A publicação do livro A Privataria Tucana é um ultraje à decência e à ética”, diz Dib. Minami e Ferro não leram o livro.
Apesar das denúncias contidas no livro, que tem Serra como um dos personagens principais, os três tucanos de São Bernardo apoiam o ex-governador para prefeito da Capital.
Caso
De acordo com o livro A Privataria Tucana, o empréstimo na agência do Rudge Ramos foi o primeiro contraído por Preciado no Banco do Brasil.
Mesmo sem sanar a quantia na agência de São Bernardo, o primo de Serra garantiu outros empréstimos no banco – agora em outras agências do Banco do Brasil –, até atingir o valor de R$448 milhões. Deste total, que somam juros, Preciado teve de pagar apenas R$4,1 milhões. Os demais R$443,9 milhões, ou seja, 99% da dívida, foram perdoados por Oliveira.
Apesar de arrolar a dívida com o Banco do Brasil, Preciado teve condições de ser doador de campanha de Serra ao Senado, em 1994. Pior: o livro de Amaury relata que, mesmo sendo devedor milionário, o primo e sócio de Serra participou ativamente das privatizações.
Para comprar três empresas estatais – a Coelba, da Bahia; a Cosern, do Rio Grande do Norte; e Celpe, do Pernambuco –, Preciado montou o consórcio Guaraniana. Na composição do Consórcio, a Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil ) entrou com 49% do capital, a Iberdrola (de Preciado) com 39% e o Banco do Brasil com 12%.
Apesar de a Previ ter entrado com a maior parte da verba para aquisição das estatais (R$2 bilhões), a gastança do dinheiro da previdência dos funcionários do banco não garantiu o controle acionário do empreendimento, já que o Banco do Brasil, juntamente com Preciado – devedor do banco –, possuía 51% do capital do consórcio.
Postado por BLOG LIMPINHO E CHEIROSO
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